16 de junho de 2014 | 18h22
Outros relatos também mostraram que soldados, recrutas, policiais e outros que se renderam ou foram capturados foram executados sumariamente nos últimos cinco dias, disse Pillay em um comunicado.
“Embora os números ainda não possam ser verificados, esta série aparentemente sistemática de execuções a sangue frio, a maioria conduzidas em várias localidades na região de Tikrit, quase certamente constitui crimes de guerra”, afirmou ela.
Os militantes islâmicos também executaram 13 imãs na cidade iraquiana de Mossul por se recusarem a jurar lealdade ao Isil, disse Pillay.
“A linguagem provocante usada pelo Isil, que vem falando em ‘liquidar rebanhos de ovelhas’ e incitando tensões sectárias, tem a intenção clara de semear ainda mais caos e derramamento de sangue no país”, acrescentou a comissária.
Os militantes do Isil expulsaram o Exército de Bagdá e ocuparam o norte iraquiano na última semana, ameaçando desmembrar o Iraque e desencadear uma guerra sectária total, indiferentes às fronteiras nacionais.
Mais cedo nesta segunda-feira, Pillay disse a repórteres que a situação pede uma “ação abrangente”.
“Queremos alertar ao mundo para que trate disto imediatamente”, declarou.
Indagada se deseja que a situação no Iraque seja encaminhada ao Tribunal Penal Internacional, ela se recusou a comentar, dizendo querer primeiro estabelecer os fatos.
Mas também insinuou que o governo iraquiano pode ter contribuído para os avanços súbitos do Isil, que almeja um califado baseado em rígidos preceitos muçulmanos sunitas no Iraque e na Síria.
“Muitas vezes eu assinalei e critiquei o número chocante de execuções que o governo iraquiano está realizando”, disse Pillay, acrescentando querer investigar quem está sendo executado e quais queixas os assassinatos desencadearam.
(Reportagem de Tom Miles)
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