ONU e EUA condenam ataque à escola usada como refúgio em Gaza

Subsecretário-geral das Nações Unidas pediu que os responsáveis sejam levados à Justiça; Washington quer um rápido cessar-fogo

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NAÇÕES UNIDAS - A ONU condenou nesta quarta-feira, 30, o ataque contra uma escola da organização na Faixa de Gaza, classificou o ato de "escandaloso e injustificável" e exigiu que os responsáveis sejam levados à Justiça.

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"O secretário-geral Ban Ki-moon acaba de condenar nos termos mais enérgicos o ataque contra a escola de nossa agência para os refugiados palestinos e pede que se faça justiça", disse o subsecretário-geral Jan Eliasson, acrescentando que a ação deixou pelo menos 16 civis mortos, entre eles várias crianças, e mais de 100 feridos.

O subsecretário-geral, que se mostrou "comovido e consternado" com tal ataque, lembrou que milhares de civis estavam na escola "sob proteção das Nações Unidas", já que tinham sido retirados de seus lares pelas próprias Forças Armadas de Israel.

Após qualificar a ação de Israel em Gaza de "extremamente desproporcional", Eliasson afirmou que, desde o início do conflito há quase três semana, mais de 1.200 pessoas morreram, a maioria civis palestinos, "dos quais 20% são crianças".

"Faz sentido se arriscar a provocar um grande número de vítimas civis para alcançar um alvo militar?", questionou Elliason, reiterando que a resposta israelense "é tão violenta" que surgem questões "sobre a necessidade de prestar contas".

O subsecretário-geral disse que chegou o momento de dizer "já basta" e, por isso, instou todas as partes a pôr fim à violência de forma "imediata", já que, segundo ele, a população civil deve estar no centro da agenda.

A escola-albergue do campo de refugiados de Jabalya, situada ao norte da Faixa, foi atacada no começo da manhã pela "artilharia israelense", ação que a ONU considera como uma violação do direito internacional humanitário. O Exército israelense disse que militantes palestinos próximos à escola atiraram bombas de morteiro e as forças israelenses foram obrigadas a revidar.

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Os EUA também condenaram o bombardeio. "Estamos muito preocupados porque milhares de deslocados internos palestinos que foram advertidos pelo Exército de Israel a deixarem suas casas não estão a salvo em refúgios designados pela ONU em Gaza", afirmou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Bernadette Meehan.

O governo americano não atribui responsabilidade pelo bombardeio. Meehan reiterou o pedido dos EUA por um rápido cessar-fogo para conter a violência na região. "Todas essas ações e outras similares numa fase inicial do conflito são inconsistentes com a neutralidade da ONU. Esta violência destaca a necessidade de se chegar a um cessar-fogo o mais rápido possível." /AP e EFE

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