ONU e União Européia reagem ao discurso de Bush

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Por Agencia Estado
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O discurso de George W. Bush sobrea situação no Oriente Médio foi avaliado pelas Nações Unidas e a União Européia (UE) e, dentro dela, especificamente pela França. Bush, pela primeira vez desde que em 29 de março começou a invasão militar israelense à Cisjordânia, pediu para Israel cessar a ofensiva e reiterou o pedido ao líder palestino, Yasser Arafat, para deter os grupos que cometem atentados terroristas. O presidente americano disse "basta" à violência e anunciou a visita ao Oriente Médio do secretário de Estado Colin Powell. "O anúncio da Casa Branca foi muito alentador. Estou satisfeito com o fato de o presidente Bush ter pedido para Israel escutá-lo", afirmou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Annan acrescentou que não se pode concentrar "todos os esforços só no aspecto da segurança e é preciso entender que paz e segurança são duas faces da mesma moeda". O presidente da Comissão Européia (poder executivo da UE), Romano Prodi, expressou sua "satisfação" pelo discurso de Bush, definindo-o como uma "expressão de determinação e liderança". Prodi assegurou que a Europa está disposta a oferecer "uma plena cooperação com os Estados Unidos e com todas as partes para garantir o cumprimento da resolução 1402 das Nações Unidas, que pede a cessação imediata de todos os atos de violência, incluindo ações terroristas, provocação e destruição". Para o presidente da França, Jacques Chirac, o discurso do mandatário norte-americano "é um verdadeiro progresso, na medida em que se assiste a uma retomada do compromisso por parte dos Estados Unidos". "A intervenção de Bush foi totalmente positiva", disse Chirac, ao considerar necessária a convivência entre dois Estados e também por ter anunciado a viagem de Powell à região. Estes são os principais trechos do discurso de George W. Bush: "Quando uma garota palestina de 18 anos é induzida a explodir-se e nesse processo mata uma garota israelense de 17 anos o futuro está morrendo - o futuro do povo palestino e o futuro do povo israelense." "Este poderia ser um momento de esperança no Oriente Médio. A proposta do príncipe Abdullah (bin Abdullaziz), da Arábia Saudita, apoiada pela Liga Árabe, punha vários países árabes na proximidade de reconhecer o direito de Israel a existir. Os EUA estabeleceram um marco, apoiando as legítimas aspirações do povo palestino de construir um Estado palestino. Israel tinha reconhecido a meta de um Estado palestino. As linhas mestras de um pacto justo estão claras: dois Estados, Israel e Palestina, coexistindo lado a lado, em paz e segurança." "A partir de 11 de setembro, enviei esta mensagem: todos devem fazer sua escolha; ou estar com o mundo civilizado ou estar com os terroristas (...) O líder da Autoridade Palestina não se opôs ou confrontou consistentemente os terroristas." "Em Oslo e em outros lugares, o líder (Yasser) Arafat renunciou ao terror como um instrumento de sua causa, e comprometeu-se a controlá-lo. Ele não o fez. A situação na qual ele se encontra hoje é conseqüência de suas próprias decisões. Ele perdeu suas oportunidades e por isso traiu a esperança do povo que supõe liderar." "Israel enfrentou uma escolha difícil. Seu governo apóia a criação de um Estado palestino que não seja um paraíso para o terrorismo. Mas Israel também deve reconhecer que tal Estado deve ser política e economicamente viável. Em conformidade com o Plano Mitchell, os assentamentos israelenses nos territórios ocupados devem parar e a ocupação deve recuar às fronteiras seguras e reconhecidas, de acordo com as resoluções 242 e 338 das Nações Unidas."

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