GENEBRA - A ONU reiterou na quinta-feira, 8, seu apelo por um cessar-fogo imediato na cidade síria de Alepo, onde várias centenas de crianças doentes e feridas esperam ser retiradas da zona de combates. "É preciso que haja uma trégua", declarou Jan Egeland, chefe do grupo de trabalho sobre a ajuda humanitária na Síria, em uma coletiva de imprensa em Genebra.
"Atualmente, aqueles que tentam fugir acabam em uma encruzilhada entre tiroteios e bombardeios e se arriscam a ser alvos de franco-atiradores", afirmou. Ele ressaltou que "várias centenas de crianças, doentes ou feridas, devem deixar" os bairros da zona leste de Alepo, controlados pela oposição, mas cercados pelo exército leal ao regime de Bashar Assad.
Em uma reunião na quinta em Genebra, o grupo de trabalho foi informado que entre 100 e 500 crianças precisam de assistência médica, disse Egeland. Os russos, que apoiam o regime de Damasco, e os americanos, que apoiam a oposição moderada, não conseguiram chegar a um acordo sobre uma solução para a cidade de Alepo.
As forças do regime sírio, apoiadas por combatentes estrangeiros, atacavam os últimos bairros controlados pelos rebeldes. A conquista da segunda maior cidade do país representaria "uma guinada na guerra" segundo o presidente Assad.
Egeland indicou que o governo sírio havia autorizado pela primeira vez a ONU a entrar na área sitiada de Alepo. Contudo, considerou que tal operação era impossível sem um cessar-fogo. / AFP