ONU: imigração agrava crise do sistema prisional grego

PUBLICIDADE

Por AE-AP
Atualização:

As condições carcerárias nas penitenciárias e delegacias de polícia na Grécia são frequentemente "assustadoras" com um grave problema de superlotação carcerária e acesso bastante limitado a cuidados de saúde, disse hoje o principal enviado contra a tortura das Nações Unidas, Manfred Nowak.O especialista passou 10 dias visitando prisões e delegacias gregas e afirmou que o sistema prisional do país está numa "situação de crise", com algumas detenções abrigando um número de presos três vezes superior à capacidade de lotação. Nowak disse que o sistema prisional grego tem capacidade para abrigar um máximo de 9.100 detentos, mas atualmente estão presas no país mais de 12 mil pessoas. Do total de presos, 57% são estrangeiros."Em todas as prisões visitadas, eu constatei uma situação de superlotação", afirmou Nowak. O problema é em parte provocado pelo fato de que muitos imigrantes ilegais tentam entrar na União Europeia (UE) através da Grécia, onde são detidos. Sob a lei grega, um suspeito pode ser mantido sob detenção por até 18 meses, enquanto aguarda o julgamento ou a libertação. Contudo, os imigrantes clandestinos são misturados com presos comuns gregos, uma prática que Nowak afirma ser uma "clara violação da lei internacional".Com centenas de imigrantes clandestinos cruzando as fronteiras da Turquia com a Grécia todos os dias, a imigração agravou o problema carcerário. Nos primeiros oito meses de 2010, 90% dos imigrantes clandestinos detidos tentando entrar na UE foram barrados na Grécia, acima dos 75% no mesmo período do ano passado e dos 50% em 2008, disse Nowak. "Esse é um problema europeu que precisa de uma solução europeia conjunta", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.