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ONU investiga 14 denúncias de uso de armas químicas contra civis na Síria

Entidade pediu autorização do regime sírio para ir a Damasco avaliar esses casos

Por Jamil Chade - Correspondente
Atualização:

GENEBRA - A ONU está investigando um total de 14 denúncias de uso de armas químicas na Síria desde o início da guerra civil, em 2011. Segundo o presidente da comissão de investigação, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a entidade pediu ao governo de Bashar Assad autorização para ir até Damasco para avaliar esses casos.

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Em sua edição desta segunda-feira, 16, o Estado revelou com exclusividade que, em 2013, cinco casos foram registrados. "Podemos confirmar que temos 14 incidentes sendo investigados", disse Pinheiro. "Ainda não sabemos os autores desses ataques."

A oposição síria, os EUA e outros países ocidentais acusam Assad de ter lançado um ataque com gás sarin que matou 1, 4 mil civis no dia 21 de agosto no subúrbio de Damasco. O governo americano ameaçou atacar o regime sírio em represália, mas um acordo selado com no último sábado com a Rússia - principal aliada de Assad - prevê que Damasco entregue uma relação de suas armas químicas em uma semana para evitar uma intervenção armada

O incidente levou a uma escalada do discurso bélico, ameaças de intervenção. Mas acabou no fim de semana com um acordo entre russos e americanos.

No Conselho de Direitos Humanos da ONU, Pinheiro alertou que o uso de armas químicas é "certamente um crime de guerra". O brasileiro também alertou que os crimes na Síria vão bem além do uso de armas químicas. "Havia uma guerra antes de 21 de agosto de 2013", declarou. "E uma guerra de dois anos e que deixou 6 milhões de pessoas deslocadas."

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