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ONU pede anistia para presos políticos em Mianmá

Por Agencia Estado
Atualização:

O relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para Mianmá (ex-Birmânia), o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, revelou ao Estado a existência de cerca de 1,7 mil presos políticos em Mianmá. Pinheiro vai sugerir em seu relatório sobre o país que o governo conceda uma anistia a todos esses detentos. O relator também ocupa o cargo de secretário nacional de Direitos Humanos no Brasil. O relator, que também ocupa o cargo de secretário nacional de Direitos Humanos no Brasil, visitou pela segunda vez Mianmá no início do mês e vai apresentar à comunidade internacional o resultado de suas investigações no próximo dia 28 em Genebra. Durante sua viagem, Pinheiro pediu ao governo local a libertação de parlamentares de oposição que estão presos no país. "Desde que iniciei minhas investigações, cerca de 250 presos políticos já foram libertados, o que mostra que o trabalho está dando resultados", afirma. Os presos políticos estão sendo detidos desde 1990, quando a então Birmânia realizou eleições livres depois de três décadas de regime militar. A oposição, liderada pela Liga Nacional para a Democracia (LND), ficou com 392 das 485 cadeiras do Parlamento, mas os militares não aceitaram o resultado das eleições e promoveram um novo golpe, prendendo os membros do grupo opositor. Mianmá é alvo de um grande número de denúncias e é considerado um dos países que mais violam os direitos humanos. Um dos principais problemas é com relação ao trabalho escravo. A própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) condenou Mianmá e autorizou a adoção de sanções contra o país. Apesar de todas as violações, Paulo Sérgio Pinheiro acredita que existe possibilidade de diálogo entre a oposição e o governo. No ano passado, o brasileiro ainda se encontrou com a líder da oposição, Aung San Suu Kyi, que foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz em 1991 e está em prisão domiciliar. "Temos que engajar o governo local e não isolá-lo", afirma o brasileiro.

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