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ONU pede 'explicações completas' a Israel sobre ataque a frota humanitária

Conselho de Segurança se reúne para estudar resposta à ofensiva; órgão pede investigação

Atualização:

 

NOVA YORK - A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta segunda-feira, 31, que Israel proporcione "explicações completas" sobre o ataque à frota de navios que levaria ajuda humanitária à Faixa de Gaza e que seja aberta uma investigação sobre o ocorrido.

 

 

"Ressaltamos a importância de que se produza uma investigação completa sobre o ocorrido", disse o secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Políticos, o argentino Oscar Fernández Taranco, em seu discurso no Conselho de Segurança.

 

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter de urgência após militares israelenses abordarem a frota do movimento Gaza Livre, que tentava levar ajuda humanitária ao território ocupado pelo grupo palestino Hamas que sofre com um bloqueio por parte do governo de Israel. Pelo menos dez pessoas morreram no incidente, segundo informações da imprensa israelense. O governo de Israel, porém, confirma nove mortos.

 

Segundo um diplomata ocidental, os membros do Conselho estudam a adoção de um comunicado conjunto expressando preocupação com incidente e possivelmente o respaldo ao pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que seja iniciada uma investigação. "Não está claro o que será decidido. Obviamente, há diferenças de opinião na questão Israel-Palestina", disse a fonte.

 

O observador palestino na ONU, Riyad Mansour, disse a repórteres que esperava uma ação rígida do Conselho. "Esperamos que ao fim do dia o Conselho de Segurança tome uma decisão, uma reação que condene Israel", disse o palestino, acrescentando que o "bloqueio a Gaza deve ser retirado".

 

O ataque desatou uma série de condenações e reações da comunidade internacional, principalmente da Turquia, já que a maioria dos cerca de 600 passageiros dos seis navios que compunham a frota eram turcos.

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Na ONU, o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disse que Israel "perdeu toda sua legitimidade internacional" depois do ataque. "Isso é um homicídio cometido por um Estado", disse o chanceler na reunião. Segundo ele, não nenhuma justificativa para o ataque.

 

O governo de Israel havia dito durante a semana que não permitiria a entrada de quaisquer embarcações em águas da costa da Faixa de Gaza. Os israelenses, que permitem a entrada de ajuda humanitária a Gaza por fronteiras terrestres controladas, disse que a frota poderia desembarcar no porto de Ashdod. O Estado judeu mantém o bloqueio à Faixa de Gaza desde que o grupo militante palestino Hamas tomou o controle do território em 2007.

 

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Organizações internacionais, países europeus e principalmente as nações da Liga Árabe repudiaram as ações de Israel. O Estado judeu, porém, alegou que a embarcação não respeitou o bloqueio marítimo e, segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, os militares agiram para defender suas vidas. "Foram atacados, golpeados e apunhalados. Os soldados atuaram para proteger suas vidas e, de forma lamentável, nesta troca algumas pessoas morreram", disse o premiê.

 

(Com informações das agências Efe, Reuters e Associated Press)

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