NAÇÕES UNIDAS - Os membros do Conselho de Segurança da ONU pediram nesta quarta-feira, 8, em comunicado conjunto, a todas as partes envolvidas que respeitem o resultado das eleições presidenciais realizadas na Costa do Marfim, elegendo assim, Alassane Ouattara.
"Os membros do Conselho de Segurança condenam nos termos mais contundentes qualquer esforço para subverter a vontade do povo ou minar a integridade do processo eleitoral na Costa do Marfim", destaca o texto, divulgado após a reunião do órgão pela representante americana Brooke Anderson.
O principal órgão de segurança internacional, sob a presidência temporária dos Estados Unidos, solicitou o "reconhecimento por parte da Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental (ECOWAS) de Alassane Ouattara como presidente eleito e representante da, livremente expressada, voz do povo marfinense, como atestou a comissão eleitoral independente".
Por isso, pediu que as partes implicadas exerçam "a máxima moderação" possível e trabalhem "juntas para restaurar uma paz sustentável e promover a reconciliação política no país".
Seus 15 membros asseguraram ainda que estão preparados para impor "medidas contra as pessoas que tentem ameaçar o processo de paz, obstruir o trabalho da Missão das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) e outros atores internacionais, ou cometer sérias violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional".
Cinco dias depois de a comunidade internacional expressar seu respaldo a Ouattara, o Conselho finalmente emitiu um documento no qual seus membros apresentam uma posição conjunta perante a situação que vive o país africano, superando os empecilhos apresentados pela Rússia, segundo fontes diplomáticas.
No texto aprovado nesta quarta-feira, os membros do Conselho reiteraram seu apoio por unanimidade "ao construtivo papel desempenhado" pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na Costa do Marfim, assim como por seu enviado especial ao país, Choi Young-jin.
Choi reiterou que a vitória de Ouattara é incontestável e insistiu em defender o trabalho de supervisão da ONU em eleição que, segundo seus dados, teve 54,1% dos votos para Ouattara, enquanto o atual governante, Laurent Gbagbo, recebeu 45,9%.
O Conselho também criticou a suspensão dos meios de comunicação não-governamentais no país e lembrou "a importância de todos os cidadãos terem completo acesso à informação plural e diversa".
O país viveu nos últimos dias, depois de Ouattara e Gbagbo terem se declarado vencedores do pleito, um sério risco de voltar à guerra civil que dividiu o país entre 2002 e 2007 e acabou por arruinar um dos mais promissores Estados da África.