ONU pede trégua humanitária de 72 horas no Líbano

O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU fez o pedido para que seja possível a retirada de civis e o envio de ajuda humanitária

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Por Agencia Estado
Atualização:

O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Jan Egeland, pediu uma trégua humanitária de três dias no Líbano para que seja possível a retirada de crianças, idosos e portadores de deficiência. Egeland fez o pedido nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU, mas, segundo disse, ainda não recebeu uma resposta. Segundo o subsecretário-geral, a situação é "verdadeiramente dramática" no Líbano, e é de extrema necessidade que parem as hostilidades, como disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. "Nos dirigiremos novamente às partes, aos israelenses e libaneses, para pedir que parem as hostilidades por 72 horas para evacuar feridos, crianças, idosos e deficientes que estão no meio do fogo no sul do Líbano", disse. Também disse que esta trégua humanitária permitirá fornecer aos hospitais e centros médicos material para que possam atender aos feridos. Ao mesmo tempo, facilitaria o acesso aos milhares de deslocados, com os quais se perdeu contato, devido aos confrontos e à destruição de infra-estruturas, como estradas e pontes. Ajuda humanitária Egeland disse que, se houver garantias de uma interrupção temporária de hostilidades, seria possível distribuir toneladas de alimentos e artigos básicos para atender às necessidades da população nos próximos meses. Ele afirmou que alguns corredores humanitários funcionam, mas outros não, já que é preciso pedir com prévio aviso a passagem dos comboios com alimentos e artigos básicos, devido ao fogo cruzado. De acordo com Egeland, o corredor terrestre que liga o norte do país com Beirute e o corredor marítimo que vai da capital libanesa ao Chipre estão funcionando, mas em outras áreas há grandes dificuldades para levar a ajuda humanitária. Egeland disse que uma trégua de três dias não será suficiente para resolver a dramática situação vivida pelos libaneses. "Só com o fim total das hostilidades será possível acabar com o sofrimento da população civil", disse. Força multinacional O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU disse que seria positivo enviar uma força de estabilização multinacional que possa oferecer segurança ao sul do Líbano, tanto aos libaneses como aos israelenses. Além disso, também permitiria a atuação de agências da ONU e das ONGs no terreno, além de começar o processo de reconstrução do Líbano. Egeland afirmou que quase 600 pessoas - um terço delas crianças - morreram por causa do conflito no Líbano. Segundo ele, existem dezenas de cadáveres de civis vítimas do conflito entre Israel e a milícia xiita Hezbollah que não puderam ser resgatados devido à situação de insegurança e à falta de acesso. "Este é uma questão dramática para as pessoas destes povoados que não podem enterrar seus entes queridos de acordo com as tradições islâmicas", acrescentou. Além disso, advertiu que, junto com sofrimento dos libaneses e dos israelenses no norte de seu país, Gaza está se transformando no conflito esquecido do Oriente Médio, pois as contribuições internacionais para a ajuda humanitária não estão chegando.

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