14 de abril de 2012 | 03h04
Sem episódios de violência em larga escala na Síria, membros do Conselho de Segurança da ONU negociavam ontem uma resolução para dar continuidade ao plano de paz de Kofi Annan, mediador que representa a organização e a Liga Árabe. Espera-se que um texto autorizando o envio de 30 observadores seja aprovado hoje ou amanhã.
Dois rascunhos de resolução estão sobre a mesa. O primeiro foi elaborado pelos EUA em parceria com Alemanha, França, Portugal, Grã-Bretanha, Colômbia e Marrocos, único país árabe entre os 15 membros que atualmente integram o conselho. O texto autoriza o envio em 48 horas dos 30 observadores à Síria. Eles abririam caminho a uma segunda missão, mais ampla, para verificar o cessar-fogo e a implementação dos seis pontos previstos no plano de Annan.
A Rússia, principal aliada de Damasco no conselho, ainda hesitava em endossar o documento e apresentou um segundo rascunho. "Fizemos uma versão mais curta (do que o texto dos EUA)", disse o embaixador da Rússia na ONU, Vitali Churkin. Ele disse que sua resolução era "mais pragmática", mas, segundo diplomatas ocidentais, Moscou tenta evitar qualquer tipo de linguagem que abra brechas a uma intervenção aos moldes do que ocorreu na Líbia.
Itamaraty. Segundo o Estado apurou, o governo brasileiro tem "muito interesse" na missão de 30 observadores que deve ser aprovada no Conselho de Segurança. Cabe, porém, à ONU definir quais países enviarão observadores. "Mas estamos acompanhando muito de perto", disse uma fonte brasileira.
No Itamaraty, há um "otimismo moderado" diante da diminuição da violência. "Estamos operando na base do 'esperar para ver'." / COLABOROU ROBERTO SIMON
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