07 de dezembro de 2010 | 13h12
Divergências sobre os resultados da votação realizada no dia 28 na Costa do Marfim, o maior produtor mundial de cacau, elevou o risco de mais violência em um país ainda dividido após a guerra civil de 2002-03.
Na semana passada a Comissão Eleitoral da Costa do Marfim declarou vitorioso o oposicionista Alassane Ouattara, mas a Corte Constitucional anulou essa decisão e considerou vencedor o presidente Laurent Gbagbo, que logo depois tomou posse para um novo mandato.
Ouattara não reconheceu a decisão da corte e formou um governo paralelo.
"É uma realocação provisória de funcionários não essenciais... Temos tensão agora. É um procedimento normal. É uma realocação normal", disse o porta-voz da missão da ONU no país, Hamadoun Touré, comentando os planos de remoção de 600 pessoas para Gâmbia e Senegal.
A ONU mantém na Costa do Marfim cerca de 10 mil soldados das forças de paz.
O clima ficou tenso depois que confrontos pós-eleitorais com forças de segurança deixaram pelo menos dez mortos, mas Abidjã, principal cidade do país, parece calma, sem ter sua rotina abalada.
"Estamos em crise há muitos anos, por isso, não há nada de novo", disse o advogado Herman Dirabou, na fila para pagar uma conta de telefone, perto de uma mulher que vendia comida na rua.
"Talvez agora, com dois presidentes, tenhamos duas vez mais realizações", disse ele, brincando, acrescentando em seguida: "Espero que achem um meio de sair dessa situação."
(Reportagem adicional de Tim Cocks)
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