GENEBRA - O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu nesta sexta-feira, 17, prorrogar a missão da comissão internacional de investigação que constatou que as forças do líder Muamar Kadafi cometeram crimes de guerra e graves violações dos direitos humanos na repressão do regime.
Os membros do Conselho pedem à comissão que continue seu trabalho mediante visitas ao país norte-africano e que apresente um novo relatório na próxima reunião desse organismo.
A resolução "condena de maneira inequívoca a contínua deterioração da situação de direitos humanos na Líbia e o fato de que continuam ocorrendo violações sistemáticas dos direitos humanos, especialmente ataques armados contra civis, execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, prisões arbitrárias, tortura e violência sexual contra mulheres e crianças".
O texto aponta que algumas dessas violações "podem constituir crimes contra a humanidade".
A resolução foi adotada sem votação, depois de vários membros do Conselho intervirem para expor suas posições, entre eles Cuba e Equador, que expressaram rejeição ao texto.
O embaixador cubano reiterou a posição de Havana de condenar a intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia. O equatoriano também lamentou que esses bombardeios aliados tenham deixado vítimas civis.
Em relação ao Conselho Nacional de Transição - órgão constituído pelos rebeldes na cidade de Benghazi -, a resolução pede à entidade "realizar mais medidas para evitar violações e abusos dos direitos humanos".
No relatório elaborado pela comissão de investigação, indicava-se que os rebeldes líbios também tinham cometido abusos durante o conflito, mas se concluía que estes eram muito menos numerosos que os das forças governamentais e que não tinham um caráter sistemático.