12 de agosto de 2010 | 20h30
GENEBRA- O comitê das Nações Unidas que investiga o ataque israelense à frota humanitária com destino a Gaza publicará seu primeiro relatório em 15 de setembro, anunciaram nesta quinta-feira, 12, seus quatro membros, após finalizar nesta dois dias de reuniões.
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Em comunicado divulgado pela ONU, o grupo afirmou que as primeiras discussões "foram realizadas em um ambiente positivo e de cooperação" e ressaltou que voltará a se reunir no início de setembro.
"O comitê se esforçará em redigir um relatório preliminar para 15 de setembro", disse o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
O grupo de investigadores é dirigido pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia Geoffrey Palmer e tem como vice-presidente o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe.
Os outros dois membros são o israelense Yosef Ciechanover e o turco Ozden Sanberk, cada qual representando as duas partes envolvidas no ocorrido.
O Exército de Israel foi o autor do ataque, realizado em 31 de maio, enquanto a Turquia é de onde provinham os nove mortos no incidente e também de onde partiu o comboio de navios interceptados, que se dirigiam à Faixa de Gaza para romper o bloqueio israelense ao território palestino.
Os quatro membros do comitê se reuniram pela primeira vez na terça-feira passada após um encontro com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Segundo o comunicado, Ban "explicou o que acredita que deve ser a natureza de sua tarefa".
Posteriormente, se reuniram com responsáveis do Secretariado-Geral das Nações Unidas para assegurar que podem contar com o respaldo administrativo necessário para realizar sua missão. Além disso, o comitê "começou a discutir como realizará seu trabalho", acrescentou a ONU.
Segundo a Organização, a incumbência dos quatro investigadores é identificar os fatos, circunstâncias e contexto do incidente, bem como recomendar formas de evitar que ele se repita.
Para isso, receberão e revisarão os resultados das investigações internas realizadas por israelenses e turcos, aos quais poderão pedir "esclarecimentos e informações de que as autoridades necessitem", indica o comunicado.
O início das investigações teve polêmica, após Ban negar na segunda-feira que houvesse um acordo com Israel para que os militares israelenses não fossem interrogados. As palavras do secretário-geral causaram uma rápida reação de Tel Aviv, que ameaçou se retirar do comitê caso seus soldados sejam interrogados.
A posição de Israel aumentou as suspeitas daqueles que consideram que o mandato do comitê é fraco demais para apurar as possíveis responsabilidades dos militares desse país.
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