ONU quer Bolsa-Escola em ação mundial de empresários

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Por Agencia Estado
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O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, vai apresentar o programa Bolsa-Escola como primeira proposta de ação concreta do Global Compact, organização que envolve grandes corporações do mundo inteiro em parceria com a ONU. ?O Global Compact é um grupo de peso, com grande poder de ação, mas que se ressente da falta de propostas concretas para agir, e aí deve entrar o Bolsa-Escola?, disse à Agência Estado o criador do programa, Cristovam Buarque. Ele está em Nova York, onde teve ontem reuniões com Annan e com a diretora internacional do Unicef, Carol Bellamy. Nesta tarde, Buarque encontra embaixadores latinoamericanos nas Nações Unidas. O ex-governador do Distrito Federal comentou (por telefone) que o Bolsa-Escola está ?entrando no circuito dos programas mundiais?, principalmente por sua praticidade e eficácia. ?Não é como convidar empresários para construir esgotos, algo que eles nem podem fazer; o Bolsa-Escola permite definir quantas crianças serão objetivamente beneficiadas?, disse. ?Kofi Annan quer mobilizar os empresários para questões sociais, e a idéia criar no Global Compact um fundo que financie o Bolsa-Escola?, relatou Buarque. A organização envolve nomes como Bill Gates e Ted Turner, através de entidades empresariais em parceria com ONGs de vários setores. Através de Annan, o Global Compact receberá estudos de custos para financiar o programa. Com R$ 100 mil mensais, o programa beneficia 1.500 famílias hoje ligadas à Missão Criança, ONG fundada por Buarque. ?Em Moçambique, com US$ 2 mil por mês a Associação de Empresários Negros Brasileiros está bancando 100 bolsas?, exemplificou. Para levar 90 milhões de crianças africanas à escola, calcula ele, seriam necessários US$ 7,2 bilhões anuais. ?Com 28% do que os africanos pagam aos bancos para rolar suas dívidas, seria possível chegar a este valor.? O Bolsa-Escola vai ser apresentado por Annan também na conferência mundial que a ONU promoverá em setembro para tratar de temas ligados à infância. Além disso, em maio a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) discutirá, em Bruxelas, a indicação do Bolsa-Escola para os 41 países mais pobres do mundo.

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