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ONU readmite Líbia no Conselho de Direitos Humanos

Por LOUIS CHARBONNEAU
Atualização:

A Assembleia Geral da ONU readmitiu nesta sexta-feira a Líbia no Conselho de Direitos Humanos da entidade, depois de uma suspensão que havia sido imposta no começo da guerra civil que levou ao fim do regime de Muammar Gaddafi. O embaixador-adjunto da Líbia na Organização das Nações Unidas, Ibrahim Dabbashi, apresentou aos 193 países da Assembleia uma resolução que "saúda os compromissos feitos pela Líbia para cumprir suas obrigações sob o direito humanitário internacional, e promover e proteger os direitos humanos, a democracia e o Estado de direito." A resolução foi aprovada, mas não unanimemente, como pedira Dabbashi. Foram 123 votos favoráveis, 4 contra e 6 abstenções, além de dezenas de países que nem sequer participaram da deliberação. A Líbia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos porque o regime da época foi acusado de "violações flagrantes e sistemáticas" dos direitos humanos, durante a repressão a manifestações pró-democracia. Dabbashi admitiu que houve "casos isolados" de abusos durante os sete meses de guerra civil, e reiterou que o governo provisório está investigando as circunstâncias que envolveram a captura e a morte de Gaddafi, em outubro. O governo inicialmente disse que Gaddafi morreu devido a ferimentos sofridos em combate, mas vídeos gravados com celulares mostraram o ex-dirigente sendo arrastado e agredido por soldados do novo regime, gerando suspeitas de que ele foi vítima de uma execução sumária. Os quatro países que votaram contra a readmissão da Líbia no Conselho de Direitos Humanos têm governos esquerdistas que foram amigos de Gaddafi até o final: Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela. Em discurso à Assembleia, o embaixador venezuelano, Jorge Valero, condenou a intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em favor dos rebeldes líbios, que acabou por resultar na deposição de Gaddafi. "Horrendas e disseminadas violações dos direitos humanos ocorreram ... (incluindo) o macabro assassinato do líder da Líbia." Os representantes de Equador, Bolívia e Nicarágua também sugeriram que o Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio não é um governo legítimo.

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