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ONU: retirada de Israel do Líbano é "progresso significativo"

Estado judeu declara esperar "que o Líbano faça sua parte na trégua", que é desarmar a milícia xiita Hezbollah

Por Agencia Estado
Atualização:

Tropas de Israel abandonaram na madrugada deste domingo praticamente todas as suas posições conquistadas durante o recente conflito do Líbano, uma cláusula-chave do cessar-fogo de 14 de agosto que pôs fim a mais de um mês de guerra com o Hezbollah. O chefe da missão de paz da ONU no sul do Líbano, general Alain Pellegrini, disse que um "progresso significativo foi alcançado hoje" e afirmou esperar que a retirada seja completada ainda esta semana. Segundo o general, o Exército de Israel só manteve algumas tropas em Ghajar, uma dividida vila fronteiriça. Agora, argumentou a porta-voz israelense Miri Eisin, o Estado judeu "espera que o Líbano faça sua parte na trégua", definida pela resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Israel quer que o Líbano mantenha a guerrilha do Hezbollah fora do sul do país e a desarme. Eisin adiantou que Israel vai manter vôos de observação sobre o Líbano - uma potencial fonte de tensão já que o governo libanês e a ONU consideram os vôos uma violação das fronteiras. A Força Interina da ONU no Líbano levantou a questão várias vezes com Israel exigindo a suspensão dos vôos, informou o porta-voz da força, Alexander Ivanko. As disputadas Fazendas de Chebaa, perto da fronteira entre Israel, Líbano e Síria, ainda estão sob ocupação das tropas israelenses. Israel diz que o território é da Síria, mas os sírios afirmam que a área pertence ao Líbano. A resolução 1701 pede ao secretário-geral da ONU que delimite a fronteira. Depois que Israel abandonou suas posições na cidade de Marwaheen, oficiais de inteligência libaneses chegaram ao local. Um disse que o Exército do Líbano poderia ocupar as posições neste domingo ou na segunda-feira. Um grupo de sete libaneses, entre eles mulheres e crianças, fincaram uma bandeira do Líbano no topo de uma construção de dois andares. Alegria Moradores se alegraram em ver a partida das tropas israelenses. "Deus permita que eles nunca mais voltem", disse Mohammed Musseileh, 67 anos. "Eles são um inimigo traiçoeiro. Ele podem voltar a qualquer momento". Mas não houve as manifestações de júbilo como as que ocorreram após retirada das tropas israelenses em 2000, depois de 18 anos de ocupação do sul do Líbano. Israel enviou 30.000 soldados para o Líbano logo depois que guerrilheiros do Hezbollah capturaram dois soldados israelenses e mataram três outros numa ação na fronteira em 12 de julho. A invasão foi seguida por mais de 30 dias de bombardeios israelenses por terra, mar e ar em todo o Líbano. O Hezbollah respondeu lançando foguetes contra o norte de Israel. Mais de 850 libaneses e 150 israelenses foram mortos no conflito, que terminou em 14 de agosto. A resolução que pôs fim aos confrontos prevê a presença de 15.000 soldados de paz da ONU no sul do Líbano, um bastião da guerrilha do Hezbollah. Cerca de 10.000 soldados libaneses já foram enviados para o sul desde a trégua.

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