A Organização Mundial da Saúde (OMS) dobrou nesta terça-feira, 24, a estimativa do número de pessoas HIV positivas que contraíram e morreram de tuberculose, na mais recente de uma série de grandes revisões sobre os números da doença no mundo.
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Ventilação e sol podem ajudar na luta contra a tuberculoseRevisões como essas têm implicações diretas para os governos do Ocidente que fornecem bilhões de dólares ao combate de doenças como HIV/Aids, malária e tuberculose baseados nas estimativas internacionais da prevalência delas. As companhias farmacêuticas também investem pesadamente em drogas, diagnósticos e vacinas para o trio de doenças que a ONU prometeu combater nas Metas de Desenvolvimento do Milênio. Abaixo estão detalhes das revisões recentes nos números das doenças. TUBERCULOSE - março de 2009 - A ONU dobrou a estimativa sobre o número de pessoas co-infectadas pela tuberculose e pelo HIV, assim como o número de mortes, devido a "análises, dados e metodologia melhores". A organização acredita que a tuberculose tenha matado cerca de 1,8 milhão de pessoas em 2007 - 1,3 milhão de pessoas HIV negativas e 456 mil também infectadas pelo vírus da Aids, mortes que são classificadas nas estatísticas de saúde apenas como fatalidades pelo HIV. O relatório mais recente do Controle Global da Tuberculose inclui medições diretas provenientes de 64 países, de um total de 212 países e territórios aos quais a informação foi solicitada, disse a OMS. O relatório anterior incluiu quantificações de apenas 15 países. MALÁRIA - setembro de 2008 - A OMS informou que 247 milhões de pessoas estavam infectadas pela malária em todo mundo em 2006, reduzindo a estimativa anterior de que entre 350 milhões e 500 milhões fossem atingidas todos os anos pela doença transmitida por um mosquito. Novos métodos de cálculo, incluindo o uso de mapas asiáticos atualizados mostrando que a urbanização destruiu habitats do mosquito, também reduziram a estimativa do número de mortes pela malária no mundo em cerca de 10 por cento, embora a OMS tenha dito que não estava claro se o número real de casos e de mortes havia caído. A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou em uma entrevista coletiva que menos de um terço dos 193 estados membros da agência têm sistemas confiáveis para monitorar e documentar a malária e outras doenças graves cujos sintomas iniciais podem se assemelhar aos da gripe. HIV/AIDS - novembro de 2007 - Dados revisados provenientes da Índia levaram o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) a reduzir sua estimativa sobre a quantidade de pessoas no mundo infectadas pelo vírus da Aids para 33 milhões, ante os 40 milhões estimados anteriormente. A agência da ONU disse que superestimou o número de infectados pelo vírus incurável e afirmou que métodos melhores de obter os dados mostraram que a doença não era tão comum como se temia. "Esses dados aperfeiçoados nos apresentam um retrato mais claro da epidemia de Aids, que revela desafios e oportunidades", disse à época o Unaids em um comunicado.