A alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, se mostrou "alarmada" nesta terça-feira, 7, com "o alto número de mortes" durante os enfrentamentos na região autônoma de Xinjiang, e definiu o ocorrido como "tragédia maior".
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Vídeo com os protestos (no YouTube)
Os incidentes deixaram pelo menos 156 mortos, mais de mil feridos e 1,434 mil detidos na capital regional, Urumqi, segundo números oficiais. Os conflitos começaram em um protesto pacífico no qual entre mil e 3 mil uigures pediam justiça, após um ataque a trabalhadores de sua etnia em uma fábrica da cidade de Shaoguan.
"Este é um número muito alto de pessoas assassinadas em menos de um dia de distúrbios", disse Navi, que apelou aos líderes da etnia muçulmana uigur e às "autoridades han de todos os níveis a se conter e não estender a violência e a perda de vidas".
No comunicado, Navi afirma que "as circunstâncias que fizeram com que tantas pessoas fossem assassinadas não são de todo claras", mas ressalta que as tensões entre a etnia uigur e a han são antigas.
A alta comissária destacou o direito de todo cidadão de se manifestar e de exercer o direito à liberdade de expressão de maneira pacífica. "Reconheço perfeitamente o direito das autoridades de manter a ordem", disse Navi, mas só devem usar a força "quando for estritamente inevitável e sempre para proteger a vida".
Além disso, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU pediu bom tratamento para os detidos. "As pessoas que foram detidas devem ser tratadas adequadamente e devem ser processados mediante um processo que esteja alinhado às leis chinesas e aos padrões internacionais de direitos humanos", disse.
Navi também solicitou uma investigação transparente e independente sobre o ocorrido no domingo, que estabeleça por que houve tantas vítimas.