Enquanto os inspetores da ONU continuam buscando evidências sobre a existência de armas biológicas, químicas e nucleares no Iraque, outros funcionários da mesma organização já começam a montar uma estratégia para proteger a população civil iraquiana em caso de guerra. A informação é do alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Segundo ele, as agências humanitárias das Nações Unidas já estão se reunindo para preparar um plano que possibilite dar assistência médica e alimentar aos iraquianos. "Não estou dizendo que haverá uma guerra, mas já estamos nos preparando para que a população sofra o mínimo possível em caso de um ataque", afirmou o brasileiro. Vieira de Mello prefere não revelar quais são as táticas que a ONU utilizará para evitar a morte de civis em um possível conflito no Iraque. Mas, segundo representantes de várias agências humanitárias, o acesso da população a alimentos e remédios será uma das prioridades. Os possíveis refugiados também receberão atenção especial, principalmente nas fronteiras do país com o Irã. "Acreditamos que, em caso de um conflito, milhares de iraquianos tentem se refugiar nos países vizinhos e, portanto, estamos procurando locais para montar acampamentos", explica um funcionário do Alto Comissariado da ONU para Refugiados. O brasileiro, que desde setembro ocupa um dos cargos de maior prestígio na ONU, promete tornar a proteção de populações civis em regiões de conflito em uma de suas principais missões nas Nações Unidas. "Estamos vivendo em um período de caos e temos que evitar que as populações sejam afetadas por guerras", afirma o brasileiro, em sua mensagem para o Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado amanhã.