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ONU separa Taleban e Al-Qaeda em suas listas de sanções

Objetivo é estimular milícia a integrar o processo de reconciliação político no Afeganistão.

Por BBC Brasil
Atualização:

A ONU separou a Al-Qaeda e o Talebã em diferentes listas de sanções, em uma tentativa de encorajar os talebans a se unir aos esforços de reconciliação no Afeganistão. Até agora, ambos os grupos islâmicos estavam sob o mesmo comitê de sanções das Nações Unidas. O Conselho de Segurança da ONU diz que a divisão tem como objetivo sinalizar ao Talebã - milícia que controlou a maior parte do Afeganistão entre 1996 e 2001, ano da invasão americana - que é hora de o movimento se juntar ao processo político afegão. Diplomatas apontam que a medida tomada pela ONU é um reconhecimento de que o Talebã e a Al-Qaeda são grupos com objetivos diferentes. A rede extremista Al-Qaeda tem como missão a jihad (guerra santa) global, enquanto o Talebã está envolvido em um processo de insurgência focado no Afeganistão - ainda que a milícia seja acusada de ter abrigado líderes da Al-Qaeda, incluindo Osama Bin Laden, enquanto esteve no poder em Cabul. O conselho da ONU aprovou nesta sexta-feira, por unanimidade, duas resoluções: uma delas determina a criação de uma nova lista de sanções para indivíduos e grupos acusados de elos com a Al-Qaeda, e outra, para as pessoas ligadas ao Talebã. 'Mensagem ao Talebã' A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, disse em comunicado que a separação "envia a mensagem ao Talebã de que há futuro para aqueles que se separarem da Al-Qaeda, renunciarem à violência e seguirem a Constituição afegã". Para o embaixador britânico no organismo, Mark Lyall Grant, "o Conselho de Segurança deu um passo importante para fortalecer suas ferramentas na luta contra o terrorismo. Adotamos um novo regime de sanções para a insurgência no Afeganistão e um segundo (regime) para a ameaça terrorista promovida pela Al-Qaeda". No início de junho, o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, havia declarado que um diálogo político com o Talebã poderia ter início até o fim deste ano. Washington deve começar, no próximo mês, a retirada de 97 mil militares do Afeganistão, à medida que as forças americanas começam a transferir os esforços de segurança para as tropas afegãs, processo que deve se manter até 2014. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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