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ONU teve credibilidade prejudicada, diz Lampreia

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique Cardoso, embaixador Luiz Felipe Lampreia, acredita que a Organização das Nações Unidas precisará de muito tempo para recuperar a sua credibilidade, depois da decisão do governo norte-americano de atacar o Iraque, sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, Lampreia disse que a guerra no Iraque é impopular, porque o governo americano não conseguiu provar que o país é uma ameaça real, com armas perigosas, e que tenha conexão com os movimentos terroristas. "Eu acho que o sentimento internacional é que seria preciso julgar mais a fundo a Carta das Nações Unidas, antes de se ir para a guerra. Por isso eu acho que a ONU sai muito arranhada deste episódio e creio que tomará tempo até que ela possa recuperar a sua credibilidade", disse Lampreia. Para o ex-ministro, as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra a guerra do Golfo e contra o desgaste da ONU, pode provocar algum efeito nas relações do Brasil com os Estados Unidos. Ele observou, no entanto, que o presidente expressou apenas a posição do Brasil pela paz. "É uma posição moralmente legítima, não uma posição antiamericana. É uma posição em defesa de princípios, que são os princípios brasileiros a vida toda", afirmou. Para Luiz Felipe Lampreia nenhum país quer brigar efetivamente com os Estados Unidos. "É uma circunstância", afirmou. Ele criticou, no entanto, a posição de alguns países que aderiram ao governo norte-americano, sem confessar a adesão. "O que é uma vergonha", disse Lampreia. "Nunca vi uma aliança composta de 50% de países que não se declaram", acrescentou. Para o ex-ministro, a guerra no Iraque não deverá se prolongar por muito tempo. Ele acredita que depois da primeira ofensiva aérea - "os americanos falam em 30 mil bombas" - com a destruição de toda infra-estrutura do Iraque as grandes cidades serão cercadas, sem o combate direto homem a homem. Veja o especial:

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