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Operação anticoca da Colômbia acarreta protestos no Equador

Colômbia borrifa veneno contra plantações de coca na fronteira equatoriana

Por Agencia Estado
Atualização:

Um protesto em frente à sede da Embaixada colombiana em Quito envolveu dezenas de equatorianos das províncias de Carchi, Esmeraldas e Sucumbíos contra as fumigações aéreas antidrogas na quinta-feira. Cartazes colados no edifico da Embaixada por cerca de 30 manifestantes criticavam o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, com a sentença "Embaixada da República do Glifosato". Adesivos também foram colados nas placas das ruas onde fica a missão diplomática, para de forma simbólica mudar os nomes para "Rua Fumigações", "Rua Uribe" e "Avenida Plano Colômbia". De acordo com o governo do Equador, o herbicida glifosato é usado na Colômbia para exterminar os cultivos de coca. Os herbicidas acabam sendo arrastados pelo vento e entram no território equatoriano, o que acaba prejudicando a saúde de pessoas e animais, além de causar danos à vegetação. De acordo com uma das manifestantes e conselheira da província de Esmeraldas, Maribel Ortiz, no fim de semana, na zona litorânea de Mataje, vários aviões sobrevoaram o território colombiano e equatoriano, supostamente dispersando o herbicida glifosato. Ortiz disse que o herbicida chegou até o rio Mataje, no Equador, e aparentemente causou a intoxicação de vários habitantes que beberam a sua água. Segundo Ortiz, quando há fumigações do lado da Colômbia, os camponeses colombianos saem do seu território para buscar refúgio no Equador. Os deslocados afirmam que o herbicida acaba com seus plantios e afeta a sua saúde. A conselheira disse que desde novembro de 2005 a província de Esmeraldas acolheu cerca de 800 colombianos que saíram de seu território por causa das aspersões. José Cuenca, ativista da província de Sucumbíos, que também participou dos protestos, disse que a Colômbia deveria erradicar os cultivos de coca de forma manual, para evitar os danos das aspersões aéreas ao ambiente e à saúde dos habitantes da fronteira. O governo da Colômbia afirma que o glifosato é "inócuo".

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