Os serviços de inteligência americana e iraquiana encontraram o terrorista jordaniano Abu Musab al-Zarqawi seguindo o seu conselheiro espiritual e aprendiz, que ao visitá-lo em um esconderijo na vila de Hibhib deu a senha para que o bombardeio fosse realizado. Segundo as autoridades que identificaram o conselheiro Abu Abdul-Rahman al-Iraqi, a isca foi encontrada semanas atrás, com a ajuda de "uma fonte interna da rede de al-Zarqawi". "Nós conseguimos seguir al-Iraqi, monitorar seus movimentos e identificar seus contatos com al-Zarqawi", disse o porta-voz americano, major general William Caldwell. "Ontem (quarta-feira) os dois entraram em contato às 6h15, e foi quando tomamos a decisão de fazer o bombardeio e eliminar ambos", finalizou o porta-voz. Dois caças americanos F-16 foram abortados de suas missões e redirecionados para o local em que o terrorista estava. As aeronaves acertaram a casa com dois mísseis de 227 quilos cada, informou o tenente general Gary L. North, que comanda as operações aéreas da coalizão. Em um relatório divulgado na manhã desta quinta-feira, a Al-Qaeda confirmou a morte de Zarqawi e estimulou a continuação de sua "guerra santa". O documento foi assinado por Abu Abdul-Rahman al-Iraqi, levantando dúvidas sobre a eliminação do conselheiro espiritual do líder da Al-Qaeda. Segundo o porta-voz americano, no entanto, ambos foram mortos no ataque. Os créditos do sucesso O governo jordaniano também forneceu informações que conduziram à morte de Al-Zarqawi na noite de quarta-feira, esclareceu nesta quinta-feira o porta-voz governamental Nasser Yueideh. No entanto, Yueideh destacou que "foi iraquiana" a operação que matou Al-Zarqawi, um homem condenado quatro vezes à morte na Jordânia pela realização ou a preparação de vários atentados terroristas. "Todas as partes interessadas em perseguir Al-Zarqawi cooperaram em tarefas de espionagem durante muitos meses em suas tentativas de localizá-lo, e os serviços jordanianos tomaram parte destas (tarefas)", disse o porta-voz. A Jordânia também tinha Al-Zarqawi entre seus principais inimigos, sobretudo após o último atentado atribuído a sua organização, em 9 de novembro, quando três terroristas suicidas atacaram hotéis de Amã e causaram a morte de 60 pessoas. Yueideh assegurou que a liderança na captura do famoso terrorista não corresponde às tropas americanas, mas às iraquianas. "O principal papel foi responsabilidade das tropas iraquianas", disse.