Operação para resfriar reator no Japão tem novo revés

Operadora de Fukushima abandona nova tentativa e deve elaborar novo plano até terça; governo diz que prazo para conclusão não muda.

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Por BBC Brasil
Atualização:

A operadora da usina nuclear japonesa Fukushima Daiichi, atingida pelo terremoto e pelo tsunami de 11 de março, abandonou neste domingo seu mais recente plano para esfriar um dos reatores danificados. A Tepco (Tokyo Electric Power Company) tinha a intenção de esfriar o reator 1 com o preenchimento de uma câmara de contenção com água. Mas a Tepco disse que o derretimento de barras de combustível criou um buraco na câmara, permitindo que 3.000 toneladas de água contaminada vazassem para o subterrâneo do edifício do reator. Os sistemas de resfriamento dos reatores da usina foram desligados com os danos provocados pelo terremoto e pelo tsunami, levando ao superaquecimento das barras de combustível, e as tentativas de reduzir a pressão sobre as câmaras provocaram explosões nos edifícios onde estão os reatores. O governo e a Tepco afirmaram que pode levar até janeiro até que se consiga um resfriamento total dos reatores. O porta-voz do Governo Goshi Hosono disse que o abandono do último plano não deve afetar o prazo previsto. "Queremos preservar o calendário, mas ao mesmo tempo, vamos ter que mudar a nossa atitude", disse ele. Novo plano A Tepco diz que vai elaborar um novo plano para estabilizar o reator até a terça-feira. A TV japonesa NHK disse que a Tepco estuda agora um plano para circular a água do subsolo através de um filtro de descontaminação e de volta para o reator. Segundo os últimos dados divulgados pelas autoridades japonesas, 15.019 mortes pela tragédia do dia 11 já foram confirmadas, e ainda há 9.506 pessoas desaparecidas. O tsunami destruiu edifícios em vilas de pescadores e cidades portuárias, e arrastou embarcações por quilômetros em terra. Na semana passada, o governo aprovou um grande pacote de compensação para ajudar os afetados pela catástrofe. Analistas dizem que o custo total para as compensações pode chegar a US$ 100 bilhões (cerca de R$ 163 bilhões). BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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