PUBLICIDADE

Operação prende 89 da Máfia siciliana

Segundo polícia, organização tinha vínculos com narcotráfico do Brasil

Por AP , Efe e Roma
Atualização:

Uma grande operação da polícia italiana prendeu ontem 89 supostos membros da Máfia siciliana, a Cosa Nostra, frustrando os planos do grupo de formar um novo comando, informaram as autoridades. A ação, uma das maiores dos últimos anos, contou com 1.200 homens e apoio de helicópteros. Segundo a polícia, a rede mafiosa possuía vínculos com o tráfico de drogas do Brasil. "A operação jogou a Máfia dentro de uma grave crise", afirmou Francesco Messineo, chefe da Promotoria de Palermo, que expediu as ordens de prisão. Apesar do grande número de prisões, alguns suspeitos continuam foragidos. Os alvos da operação foram chefes de famílias locais e mafiosos de baixa hierarquia que buscavam formar uma comissão operacional conhecida como "cúpula". A Cosa Nostra vem tentando se reorganizar desde que seu principal chefe, Bernardo Provenzano, foi preso em abril de 2006. Na época, os diários de Provenzano foram decifrados e vários de seus colaboradores também acabaram sendo presos. "Se a operação de 2006 deixou a Cosa Nostra de joelhos, a atual impediu a Máfia de se levantar", afirmou Pietro Grasso, promotor especializado no combate à Máfia. A tentativa de formar uma nova cúpula era encabeçada por Matteo Messina Denaro, afirmaram os policiais. Chamada de operação Perseu, a ação policial foi realizada simultaneamente em várias cidades da Sicília e da Toscana, centro da Itália. Ela foi fruto de uma investigação iniciada nove meses atrás, na qual foram reveladas conexões da Cosa Nostra com o tráfico de drogas do Brasil. Segundo a Justiça italiana, mafiosos arrependidos afirmaram em depoimentos que a Cosa Nostra esperava a chegada em breve de um carregamento com 100 quilos de cocaína proveniente da América do Sul. A maior parte da droga viria do Brasil e do Paraguai. Além do crime de associação mafiosa, os 89 detidos serão acusados de tráfico internacional de narcóticos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.