
01 de novembro de 2009 | 09h54
Perguntado por repórteres se estava convocando um boicote às eleições, Abdullah respondeu: "não fiz tal pedido". Abdullah também não mencionou se tomaria parte em qualquer coalizão futura de governo com Karzai, condição que os EUA e os parceiros internacionais do Afeganistão consideram a melhor saída para evitar o fortalecimento do Taleban. Ex-ministro das Relações Exteriores de Karzai, Abdullah, afirmou que a decisão foi tomada após Karzai negar sua demanda por mudanças na Comissão Eleitoral Independente e por outras medidas que, acredita, evitariam fraudes, as quais prejudicaram o primeiro turno, em 20 de agosto. Abdullah negou que sua decisão fosse um pedido de boicote das eleições e aconselhou seus seguidores a "não irem para as ruas e para não fazerem protestos".
Um cenário eleitoral nebuloso complica a decisão da administração Obama para de enviar mais 10 mil soldados para o Afeganistão para enfrentar o Talean e seus aliados do Al-Qaeda. A Casa Branca aguarda uma solução sobre o pleito desde agosto, mas nesse ínterim a guerra no país intensificou-se. Outubro foi o mês com o maior número de baixas no exército norte-americano desde a chegada das forças norte-americanas no Afeganistão, em 2001. Em outubro, 57 soldados norte-americanos morreram.
Abdullah disse que o governo da Karzai não foi legitimado desde que seu mandato expirou, em maio. A Corte Suprema, indicada por Karzai, estendeu seu mandato após o impasse do pleito de agosto. "Em uma hora, todas as minhas condições poderiam ter sido implementadas. Infelizmente, eles estão esperando até o último momento, mas ouvimos que rejeitaram nosso apelo", disse Abdullah.
Segundo ele, o povo do Afeganistão "tem o direito" à uma eleição livre e justa, mas a última tentativa foi um fracasso. Autoridades da administração Obama disseram ser simpáticos a um acordo de divisão de poder para evitar as eleições. Mas Abdullah decidiu sair da disputa após as conversações terem sido rompidas na quinta-feira, segundo duas pessoas próximas às negociações. Durante as negociações, Abdullah pediu a retirada de três autoridades da comissão eleitoral, a suspensão de três membros do gabinete e mudanças constitucionais para conceder-lhe o direito de opinião na indicação dos ministros e em qualquer grande decisão política, segundo uma fonte próxima à campanha de Karzai. O presidente afegão discordou das condições.
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