Oposição acusa Evo de agredir adversários

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Por EFE e FRANCE PRESSE
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O presidente do Senado boliviano, Oscar Ortíz, voltou a acusar o governo do presidente Evo Morales de tentar "intimidar" seus adversários políticos. "Vivemos um clima de perseguição", disse Ortíz ao jornal espanhol El País. Nas últimas três semanas, Víctor Hugo Cárdenas, ex-vice-presidente da Bolívia, e Marlene Paredes, ex-deputada, ambos opositores, foram expulsos de suas casas por militantes ligados ao governo. Cárdenas, um intelectual aimará que foi vice-presidente no primeiro mandato de Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-1997), foi acusado por partidários de Evo de ter "traído" a causa indígena. Há duas semanas, sua família foi expulsa de casa a chicotadas por camponeses. Ex-aliado de Evo, Cárdenas o acusa de usar organizações sociais disfarçadas de grupos paramilitares para atacar opositores. Em um incidente semelhante, a ex-deputada Marlene Paredes foi espancada e expulsa de casa no início do mês, depois de ter publicado um livro em que faz duras críticas a Evo. De acordo com Ortiz, vários outros opositores estão sendo ameaçados, entre eles o ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005). Tanto Mesa quanto Cárdenas já cogitaram em apresentar sua candidatura nas eleições presidenciais de dezembro. Felipe Quispe, político e ativista indígena, disse que as agressões são uma estratégia do governo para desmobilizar a oposição. "Alguém no palácio do governo está manipulando esses agressores", afirmou. A reação do governo foi culpar Cárdenas. "Ele tem de se perguntar que mal fez aos vizinhos para que o repudiem", disse o vice-presidente Álvaro García Linera. Lino Villca, senador governista, criticou Marlene. "Se ela não cumpre suas obrigações com a comunidade, é normal que sofra punições."

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