Oposição da Venezuela diz ter o triplo das assinaturas necessárias para referendo

Vice-presidente da Assembleia Nacional diz que apenas na quarta-feira, primeiro dia de coleta, opositores conseguiram mais de 600 mil assinaturas; CNE deve validar 197.978 para o processo avançar

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Por Redação
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CARACAS - A oposição venezuelana recolheu ao menos 600 mil assinaturas até esta quinta-feira, 28, para dar continuidade ao processo do referendo revogatório que pode cassar o mandato do presidente Nicolás Maduro, informou o vice-presidente da Assembleia Nacional, Enrique Márquez. O número é três vezes superior ao requerido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

"São cifras extraordinárias. Já se fala em mais de 600 mil assinaturas apenas na quarta-feira, é um número muito alto, levando em conta que o CNE pede um pouco menos de 200 mil", afirmou Márquez.

Venezuelanos participam da mobilização para coleta de assinaturas para o referendo revogatório em Caracas Foto: EFE/MIGUEL GUTIÉRREZ

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O recolhimento das assinaturas começou na quarta-feira, um dia depois que o CNE autorizou a oposição a iniciar o processo. Se o CNE validar os dados coletados a oposição fica autorizada a reunir 4 milhões de signatários (cerca de 20% do eleitorado), mínimo necessário para convocar o referendo. 

O presidente Nicolás Maduro será afastado do cargo caso receba contra ele pelo menos um voto a mais do que os 7.587.532 com os quais foi eleito. Além disso, exige-se a participação de pelo menos 25% dos inscritos no registro eleitoral.

Ao chegar para assinar o documento na quarta-feira, o líder opositor Henrique Capriles, que perdeu a eleição para Maduro em 2013 por margem mínima, comentou que esse é um referendo "contra a crise". Ele disse ainda que o referendo revogatório poderia ocorrer entre novembro e dezembro deste ano.

"Se houver um país mobilizado, que souber impor meios democráticos para forçar o governo a aceitar o referendo como um mecanismo constitucional, estaríamos falando de uma votação no final de novembro, início de dezembro", disse Capriles, governador do estado de Miranda, em uma entrevista à rádio Éxitos FM. / AFP

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