Oposição denuncia novas mortes antes de visita de observadores à Síria

Pelo menos 23 pessoas teriam morrido em Homs, segundo Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Oposicionistas da Síria denunciaram uma nova onda de violência com mais mortes no país, poucas horas antes da visita de observadores da Liga Árabe a Damasco. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, disparos de artilharia deixaram 23 mortos nesta segunda-feira na cidade de Homs, no oeste do país. A maior parte das mortes teria ocorrido no bairro de Baba Amr, que estaria cercado por forças do governo. O grupo oposicionista afirma que 15 das mortes registradas ocorreram na área. Os oposicionistas afirmam que muitas outras pessoas foram mortas na cidade nos últimos dias por morteiros e disparos de metralhadoras. Espera-se que a missão da Liga Árabe visite também a cidade de Homs, atendendo ao pedido dos ativistas. O correspondente da BBC em Beirute Jim Muir afirma que Homs pode se transformar em um teste para saber se a missão de observadores da Liga Árabe realmente terá acesso irrestrito no país. A visita dos observadores faz parte de um acordo para tentar dar um fim à violência na Síria. A repressão do governo começou com os primeiros protestos contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, em março. O governo sírio afirma que está enfrentando gangues armadas. A ONU, por sua vez, afirma que mais de 5 mil pessoas já foram mortas no país. No entanto, é difícil verificar o número de mortos, pois a maior parte da imprensa estrangeira foi proibida de trabalhar na Síria. Liberdade para visitas Cerca de 50 monitores da Liga Árabe devem chegar nesta segunda-feira à Síria, vários dias depois de a primeira equipe, com apenas nove membros, ter chegado a Damasco. "Estamos em Damasco agora e começamos nossa missão, vamos para outras cidades mais rápido do que você pensa", afirmou o general sudanês Mustafa Dabi, chefe da missão de nove membros, à agência de notícias Reuters. "Nossos irmãos sírios estão cooperando e não há restrições até agora", acrescentou o general. Os observadores vão se separar em grupos menores e, segundo o acordo fechado com o governo sírio, deverão se movimentar livremente pelo país. O grupo de monitores da Liga Árabe deverá chegar a ter 200 membros e deve se reunir com autoridades do governo e com a oposição síria. O ministro do Exterior sírio, Walid Muallem, afirma que espera que o grupo de monitores dê apoio à alegação do governo da Síria de que gangues armadas são responsáveis pela onda de violência no país. Imagens fortes No domingo, a organização que reúne vários grupos de oposição a Bashar al-Assad, o Conselho Nacional Sírio, pediu que os monitores visitassem Homs o mais rápido possível, "principalmente os bairros cercados (pelas forças de segurança do governo), para cumprir com sua missão". Imagens fortes que mostrariam o dia seguinte dos ataques contra o bairro de Baba Amr, foram divulgadas na internet. Estas imagens mostram corpos ensanguentados de jovens e uma mulher pedindo ajuda da comunidade internacional, segundo o correspondente da BBC Jim Muir. Na sexta-feira, dois ataques com carros-bomba em Damasco mataram 44 pessoas e deixaram mais de 150 feridos, segundo as autoridades da Síria. As autoridades responsabilizam a Al-Qaeda, mas a oposição sugere que as forças de segurança do governo são responsáveis pelos ataques. Até o momento Damasco foi poupada dos piores episódios de violência no país, devido à forte segurança na capital síria. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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