Oposição deve vencer eleição, admite o governo argentino

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Por Agencia Estado
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O governo do presidente argentino Fernando De la Rúa está se preparando para uma derrota eleitoral histórica. Segundo um relatório confidencial interno da Casa Rosada, a sede do governo, e divulgado neste domingo pelo jornal Clarín, a administração De la Rúa enfrentaria nas eleições parlamentares de outubro uma vitória do Partido Justicialista, da oposição. Segundo o relatório, que prevê um cenário sombrio para De la Rúa, os peronistas obteriam 40% dos votos, enquanto que a coalizão de governo Aliança UCR-Frepaso ficaria com 31%. Das 23 províncias (24 com a capital federal), os peronistas venceriam em 16, incluindo as três principais: Buenos Aires, Santa Fe e Córdoba. Desta forma, os peronistas continuariam dominando o Senado (eles dominam o Senado desde a volta da democracia em 1983). Além disso, passariam a ter uma maior presença na Câmara de Deputados, transformando-se na primeira minoria. O relatório, de 26 páginas, mostra diversos cenários, incluindo as situações "otimistas" e as "pessimistas". Em ambas as hipóteses, o governo De la Rúa sofrerá a derrota. Nestas eleições do dia 14 de outubro, a Câmara de Deputados deverá renovar metade dos legisladores, enquanto que o Senado substituirá a totalidade das vagas. Segundo o relatório confidencial, De la Rúa seria forçado a uma gestão de consenso com a oposição. Além disso, teria que conseguir o apoio de suas próprias fileiras da UCR. Diversas opções circulam pelos corredores da Casa Rosada, entre eles, a de realizar um governo de unidade nacional, que implicaria em colocar diversos peronistas no comando de ministérios cruciais. Segundo o relatório, nos poucos lugares onde o partido do governo teria alguma oportunidade, os candidatos são dissidentes do governo De la Rúa.

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