Oposição egípcia promete lutar contra Constituição islâmica

Segunda etapa de referendo para aprovação da nova Carta ocorre neste sábado; no 1º dia 'sim' teve mais votos

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Por Reuters
Atualização:

CAIRO - A oposição egípcia pediu a seus seguidores que rejeitem a nova Constituição nacional no referendo do próximo fim de semana, e prometeu que, na provável eventualidade de uma derrota, irá lutar para emendá-la durante eleições programadas para 2013.

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A 48 horas do segundo dia do referendo, a principal coalizão oposicionista, que reúne liberais, esquerdistas, cristãos e muçulmanos laicos, defendeu o voto pelo "não", por considerar que o projeto constitucional é excessivamente inclinado para o islamismo.

No primeiro dia da votação, no sábado passado, o "sim" à Constituição teve 57% dos votos, com apoio do presidente Mohamed Morsi, que vê na nova Carta um passo crucial na transição do Egito para a democracia, quase dois anos depois da rebelião que derrubou a ditadura de Hosni Mubarak. A segunda etapa, no sábado, deve resultar novamente em uma vitória do "sim", já que essa votação será realizada em áreas do país consideradas mais conservadoras e, portanto, mais afinadas com o presidente.

A Frente de Salvação Nacional, principal grupo da oposição, disse que votar "não" significa se contrapor a tentativas de domínio do Egito por parte da Irmandade Muçulmana, grupo político que dá sustentação a Morsi. "Pelo bem do futuro, as massas da nossa gente devem forte e firmemente dizer 'não' à injustiça e 'não' à dominação da Irmandade", disse a Frente em nota.

O dirigente oposicionista Abdel Ghaffar Shokr, do Partido da Coalizão Popular Socialista, disse que, se a Constituição for aprovada, a oposição continuará lutando contra ela. "É por isso que vamos participar da eleição legislativa, porque é a única maneira de emendar a Constituição", disse ele.

A Carta precisa ser promulgada antes de novas eleições. Se ela for aprovada, o pleito deve ser realizado em dois meses.

Numa tentativa de mobilizar eleitores, a oposição disse que planeja realizar comícios, distribuir panfletos e colocar carros de som nas ruas. Um protesto contra a Constituição nesta semana no Cairo atraiu poucas centenas de pessoas, um público muito inferior ao de eventos anteriores desse tipo.

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