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Oposição japonesa promete acordo com BOJ para inflação em 2%

Por TETSUSHI KAJIMOTO E LEIKA KIHARA
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O Partido Liberal Democrata (PLD), de oposição e cotado para vencer as eleições parlamentares do Japão, prometeu nesta quarta-feira um grande orçamento extra e um acordo político com o banco central sobre medidas agressivas de estímulo monetário para ajudar a resgatar a economia da recessão. O partido também prometeu aumentar os gastos em defesa marítima, defender o território do Japão e aliviar as restrições sobre o Exército impostas pela Constituição pacifista. Essas posições podem inflamar ainda mais a tensa relação com o governo chinês, já fragilizada uma disputa por pequenas ilhas desabitadas, agora controladas por Tóquio. A política monetária, junto com a diplomacia e as questões de segurança, surgiram como pontos centrais das eleições de 16 de dezembro -- as primeiras desde que o primeiro-ministro Yoshihiko Noda, do Partido Democrático do Japão (PDJ), chegou ao poder em 2009. Três anos e três primeiros-ministros depois, pesquisas de opinião mostram que eleitores decepcionados estão inclinados a darem a maioria da câmara baixa do Parlamento ao PLD. A plataforma do partido de oposição pede a definição de uma meta de inflação de 2 por cento no âmbito de um acordo entre o governo e o Banco do Japão (BOJ, banco central), bem como a possível revisão da lei do BOJ que garante a independência do banco central, para "fortalecer a cooperação" com o governo sobre as políticas. O documento também disse que um governo do PLD iria considerar a criação de um fundo público-privado para comprar títulos estrangeiros. Mas não fez menção à proposta do líder do partido e ex-premiê Shinzo Abe de que o BOJ deve subscrever diretamente títulos emitidos para projetos de obras públicas. Noda diz que a ideia ameaça a independência do banco central. Refletindo a ampla posição do partido pró-energia nuclear, mais de 18 meses após o desastre nuclear de Fukushima, o PLD disse que vai decidir dentro de três anos sobre a possibilidade de reiniciar usinas nucleares ociosas. Temores da população sobre a segurança têm crescido desde o desastre de março de 2011, o que provocou grandes manifestações contra o reinicio de usinas.

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