Líderes da oposição paquistanesa pressionaram nesta quinta-feira, 17, o presidente Asif Ali Zardari para que ele renuncie ao cargo. Ontem, a Suprema Corte do país declarou ilegal a anistia concedida pelo ex-presidente Pervez Musharraf ao atual líder.
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Siddiqul Farooq, porta-voz da Liga Muçulmana do Paquistão Nawaz (PML-N, na sigla em inglês), partido do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif defendeu a renúncia de Zardari como uma "obrigação moral". "Todos os membros do gabinete devem entregar seus cargos", disse.
Apesar de ainda ser protegido por imunidade presidencial, a decisão abre caminho para a punição de diversos aliados de Zardari. O presidente é acusado de desviar US$ 1,5 bilhão em recursos públicos. Com a popularidade cada vez mais em baixa, Zardari enfrenta no plano regional uma oposição cada vez mais agressiva, e externamente sofre pressão do Ocidente para ampliar a cooperação na luta contra o radicais islâmicos que se refugiam no Paquistão.
Zardari venceu as eleições em 2008 após a renúncia de Musharraf. A anistia fez parte de um acordo mediado pelos EUA em 2007 que permitiu o retorno ao país da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, morta no final daquele ano e esposa do atual presidente. Com a morte de Bhutto, Zardari assumiu o controle do Partido do Povo do Paquistão (PPP). Mais de 8 mil políticos e funcionários públicos foram beneficiados pela medida.
Antes de assumir o cargo, Zardari passou diversos anos na cadeia, acusado de corrupção. O presidente diz que todas as acusações contra ele têm motivação política.
Com informações da Associated Press