Oposição paraguaia formaliza acordo para eleições de 2008

Acordo prevê que o candidato presidencial será o mais votado na consulta popular, e o segundo colocado disputará a vice-presidência

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Por Agencia Estado
Atualização:

A oposição paraguaia, apoiada por cerca de 30 organizações sociais e sindicais, assinou na segunda-feira um acordo político básico para enfrentar unida o governante Partido Colorado nas eleições gerais de 2008. O convênio defende uma união para resgatar o país de "seu estado de prostração social" e "acabar com o sistema de partido hegemônico que agoniza", afirma um trecho do documento. "É um passo fundamental, que coroa uma primeira etapa da Concertação. A união vai se consolidar ainda mais na medida em que reconheçamos a realidade de cada uma das organizações que participam dela", afirmou o deputado Blas Llano, presidente do Partido Liberal, principal força da oposição. O documento estabelece as bases da estrutura interna, o plano de governo e a forma de definição de candidatos, e foi apoiado por líderes da oposição representada no Congresso, grupos minoritários, centrais operárias e organizações sociais. No entanto, não foi assinado por uma organização de esquerda recém-criada, o Movimento Popular Tekojoja ("igualdade", em guarani), que defende a candidatura presidencial do ex-bispo católico Fernando Lugo. O religioso renunciou ao sacerdócio católico em dezembro, para entrar na política. Mas o Vaticano, ao suspender Lugo "a divinis" na semana passada, abriu um debate jurídico sobre a viabilidade de sua candidatura. O Tekojoja defende um acordo político e não "uma consulta popular aberta" para escolher o candidato presidencial, segundo uma carta da organização lida no ato de segunda-feira. Enrique González Quintana, presidente do Partido União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace) e membro do Congresso, esclareceu que a adesão de seu partido deve ser ratificada por um convenção interna. O pré-candidato da Unace é o ex-general Lino Oviedo, cujos direitos políticos foram cassados. Ele foi condenado a 10 anos de prisão por golpe. O acordo da Concertação estabelece que o candidato presidencial será o mais votado na consulta, e o segundo colocado será seu companheiro de chapa, disputando a vice-presidência. O Partido Colorado, que em janeiro completou seis décadas no poder, pretende modificar a Constituição de 1992, que exclui a reeleição, para que o atual chefe de Estado, Nicanor Duarte, possa ser candidato.

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