
31 de julho de 2019 | 21h00
ASSUNÇÃO - A Mesa de Partidos da Oposição decidiu iniciar o processo de julgamento político contra o presidente Mario Abdo Benítez e o vice-presidente Hugo Velázquez pelo acordo firmado com o Brasil sobre a venda de energia da usina de Itaipu. Os opositores também planejam apresentar denúncias penais e realizar mobilizações.
O partido Honra Colorada anunciou seu apoio à iniciativa, o que daria à oposição votos necessários em ambas as Câmaras para afastar o líder paraguaio em uma eventual votação do processo de impeachment, segundo o jornal paraguaio ABC Color.
"Decidimos dois pontos: o primeiro é impulsionar o julgamento político do presidente e do vice-presidente e a ação penal de todos os envolvidos nesta situação de crise pela questão de Itaipu", disse a presidente do Partido Revolucionário Febrerista (PRF), Josefina Duarte ao ABC Color.
A iniciativa tem o apoio de importantes forças de oposição com forte presença parlamentar, como o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) e o Partido Encontro Nacional.
"A iniciativa tem relação precisamente com a traição à pátria e isso significa mau desempenho de suas funções nos termos da Constituição como motivo de julgamento político", explicou Efraín Alegre, presidente del PLRA.
O acordo — fechado em maio, mas conhecido publicamente apenas na semana passada — elevará os custos para a empresa estatal de eletricidade do Paraguai em mais de US$ 200 milhões, segundo o ex-diretor da entidade.
Enquanto a oposição articula os arguntos para a acusação, será apresentada, nesta quinta-feira, 1, uma denúncia penal a fim de que a Justiça também avance em eventuais sanções contra os responsáveis pelo acordo negociado, segundo a oposição, "contra os interesses nacionais".
A outra medida acertada pela oposição foi "a convocação de orgazações da sociedade civil para uma maifestação na sexta-feira na Casa do Povo às 18 horas, para iniciar o planejamento das mobilizações em todo o país", disse Josefina Duarte.
O argumento de todos esses partidos de oposição é que já não têm "confiança no governo, por isso acreditam que devem deixar o cargo para outras pessoas iniciarem um governo mais sério e responsável com relação às negociações de Itaipu", disse Efrain Alegre.
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