Oposição pede votação maciça na Venezuela

Para Capriles, alta abstenção na eleição municipal de domingo favorecerá candidatos chavistas

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Por CARACAS
Atualização:

A campanha eleitoral para as eleições municipais venezuelanas de domingo acabou ontem com um apelo do líder da oposição, Henrique Capriles, contra a abstenção. O governador de Miranda teme que os candidatos chavistas sejam beneficiados se os partidários da Mesa de Unidade Democrática (MUD) e os eleitores independentes deixarem de votar.

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O presidente Nicolás Maduro, que tem na eleição uma espécie de referendo sobre seus primeiros meses de governo, depois da morte de Hugo Chávez, apostou num discurso de confronto e voltou a acusar a oposição de sabotagem, após um blecaute ter deixado sem luz partes do país.

"Não dê seu voto para o governo. Não votar equivale a dar seu voto para eles", disse Capriles em comício em Los Teques, nos arredores de Caracas. "Nenhum venezuelano que quer mudanças pode estar indeciso. É obrigatório votar no domingo."

Candidato da oposição em Caracas - principal municipalidade em disputa nas eleições -, Antonio Ledezma disse em seu discurso final que uma vitória da MUD na maioria das prefeituras do país abrirá caminho para um referendo revogatório do mandato de Maduro - que só pode ser convocado depois de quatro dos seis anos de governo. "O povo precisa se mobilizar. Temos o direito de protestar e a melhor maneira de fazer isso é votando", disse Ledezma. "Essa força tem mais impacto que qualquer ato violento. O voto é a chave para abrir novos caminhos."

Maduro voltou a acusar a oposição de sabotagem, depois do blecaute que manteve partes da Venezuela sem energia na segunda-feira. "Há planos para deixar o país sem luz", acusou o presidente, que enfrenta uma grave crise econômica e de infraestrutura. O candidato chavista à prefeitura de Caracas é o ex-ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, responsável por informar aos venezuelanos os boletins de Chávez quando ele estava internado em Cuba.

/ EFE

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