
03 de dezembro de 2013 | 10h17
KIEV - O Parlamento da Ucrânia rejeitou nesta terça-feira, 3, uma moção de censura contra o governo do primeiro-ministro Nikolai Azarov. O pedido, apresentado por três grupos parlamentares opositores - Batkivshina, Udar e Svoboda - obteve o respaldo de apenas 186 legisladores. Para sua aprovação seriam necessários 226 votos. Protestos de rua bloquearam pelo segundo dia a sede do Executivo.
Veja também:
Gilles Lapouge: sede de Europa
O Partido Comunista da Ucrânia apresentou outra censura, que será votada mais tarde. A oposição exige a renúncia das autoridades por sua rejeição a assinar um Acordo de Associação com a União Europeia (UE) e a repressão dos protestos populares, em um crescente clima de revolta na capital.
"Nos roubaram a esperança", disse da tribuna o líder do partido Udar, o campeão mundial de boxe Vitali Klitschko, que convocou os deputados a apoiarem a moção de censura ao governo e a impedir as atuais autoridades de transformem o país em um "Estado policial".
O líder do partido nacionalista Svoboda, Oleg Tiagnibok, afirmou que o povo ucraniano deve expulsar o "bando de criminosos" que está no poder, exigiu a impugnação do presidente Viktor Yanukovich e a realização de eleições parlamentares e presidenciais antecipadas.
As palavras de Tiagnibok foram recebidas com gritos de "Revolução!" do setor de cadeiras que ocupa a oposição.
Manifestações. Nas ruas, centenas de opositores bloquearam pelo segundo dia consecutivo a sede do Executivo da Ucrânia em Kiev. Os manifestantes, liderados pelo ex-ministro do Interior Yuri Lutsenko, chegaram às imediações da sede do governo após deixarem a Praça da Independência, tomada pela oposição desde o último domingo.
Ontem, o primeiro-ministro Nikolai Azarov denunciou que os líderes opositores incitam o povo a atacar os edifícios oficiais, a bloquear o trabalho das instituições, e dão ultimatos. "Isto tem todos os sinais de um golpe de Estado. Isso é muito grave", disse Azarov em uma reunião com embaixadores credenciados em Kiev. / EFE
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.