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Oposição peruana apresenta novo pedido para destituir presidente por laços com Odebrecht

Moção tem 28 assinaturas de apoio, duas a mais que o mínimo requerido para ser analisada, e foi endossada por políticos independentes e de cinco partidos; para ser aprovado, pedido de destituição requer o voto de 87 de um total de 130 legisladores

Atualização:

LIMA - Parlamentares de oposição apresentaram ao Congresso do Peru nesta quinta-feira, 8, novo pedido para destituir o presidente Pedro Pablo Kuczynski (PPK) por supostamente mentir sobre seus vínculos com a construtora brasileira Odebrecht.

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A moção tem 28 assinaturas de apoio, duas a mais que o mínimo requerido para ser analisada, e conta com assinaturas de políticos dos partidos Força Popular, Frente Ampla, Novo Peru, Aliança para o Progresso, Partido Aprista e independentes.

Opositor peruano César Villanueva (C) e outros parlamentares alegam que o presidente Pedro Pablo Kuczynski não tem capacidade moral para conduzir o país Foto: EFE

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Trata-se da segunda moção de destituição apresentada em três meses, dado que o Congresso debateu em dezembro do ano passado um primeiro pedido igualmente pelos vínculos de PPK com a construtora brasileira, do qual o presidente se salvou graças à abstenção de dez legisladores do fujimorismo.

A admissão da moção será votada no plenário e posteriormente se fixará outra sessão para seu debate e votação. O pedido de destituição requer o voto de 87 legisladores, de um total de 130, para ser aprovado - neste caso, convocado a assumir o Executivo seria o primeiro vice-presidente, Martín Vizcarra, atual embaixador do Peru no Canadá.

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O legislador César Villanueva, do Aliança para o Progresso, disse que o Força Popular decidiu por unanimidade apoiar a apresentação e a admissão para debate da moção de cassação.

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Até ontem, Villanueva tinha 24 das 26 assinaturas requeridas para apresentar a moção, mas o Força Popular, da ex-candidata presidencial Keiko Fujimori, decidiu na madrugada desta quinta apoiar a iniciativa.

Por sua vez, a primeira-ministra, Mercedes Aráoz, acusou a oposição de provocar "uma espécie de golpe de Estado" e gerar instabilidade com a apresentação da moção.

A legisladora María Elena Foronda, da Frente Ampla, respondeu a Aráoz que estão exercendo seu direito de fiscalização, pois consideram que Kuczynski "não nos representa moralmente".

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O presidente peruano declarou na quarta que não vai renunciar ao cargo e não há nenhuma justificativa para sua destituição.

Funcionários da Odebrecht admitiram na Justiça que a empresa contribuiu em 2006 e 2011 para a campanha de vários políticos peruanos, incluindo Kuczynzki, um empresário de direita de 79 anos, bem como à chefe do Força Popular, Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. / REUTERS e EFE

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