30 de agosto de 2009 | 12h03
O Partido Democrático do Japão (PDJ), que está na oposição, deve ter uma vitória esmagadora nas eleições para a Câmara Baixa do Parlamento realizadas neste domingo no país, sugerem pesquisas de boca-de-urna.
Projeções das pesquisas, feitas com 400 mil eleitores, indicam que o PDJ conquistou cerca de 300 dos 480 assentos da Casa - e, se confirmadas, marcam uma reviravolta na política japonesa com a derrota do Partido Liberal Democrático (PLD), que governa o país quase ininterruptamente há 54 anos.
O PLD tinha 303 cadeiras no Parlamento agora renovado, enquanto o PDJ ocupava 112.
O PDJ já controla a Câmara Alta do Parlamento japonês, com apoio de agremiações menores, como os social-democratas.
Desemprego
Analistas dizem que os eleitores consideram o PLD culpado pelo mau desempenho da economia japonesa. O partido é tido como defensor das grandes corporações.
De acordo com dados divulgados na última sexta-feira, a taxa de desemprego atingiu o nível recorde de 5,7% no mês passado. Assim, mais de 3 milhões de japoneses estavam desempregados em julho - cerca de um milhão a mais que no mesmo período do ano passado.
Embora a economia tenha saído da recessão e crescido 0,9% entre abril e junho, as taxas de desemprego lançam dúvidas sobre o vigor desta recuperação.
O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, disse que vai renunciar ao cargo de presidente do PLD, assumindo a responsabilidade pelo resultado das urnas.
Segundo o correspondente da BBC em Tóquio, Roland Buerk, é quase certo que ele venha a ser substituído pelo líder do PDJ, Yukio Hatoyama, que prometeu ampliar a seguridade social, reduzir a burocracia e buscar relações mais equilibradas com os Estados Unidos.
Hatoyama é neto do fundador da fábrica de pneus Bridgestone e de um político que foi primeiro-ministro na década de 50 pelo PLD, que seu partido derrota nas eleições deste domingo.
Exceto por um curto período de onze meses em 1993, o PLD tem governado o Japão desde 1955, quando foi fundado.
Os primeiros resultados oficiais da eleição devem ser divulgados na manhã de segunda-feira. Cerca de 10% dos eleitores já tinham depositado seus votos antecipados no sábado.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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