08 de abril de 2010 | 17h41
Reuters
Os autoproclamados líderes do Quirguistão agradeceram a Rússia nesta quinta-feira, 8, por terem ajudado a derrubar o presidente Kurmanbek Bakiyev, e afirmaram que pretendem fechar uma base americana que fornece suporte a operações militares no Afeganistão.
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O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, negou que Moscou tenha participado da deposição do presidente na ex-república soviética, a qual a Rússia tem como parte de seu próprio quintal.
No entanto, ele foi o primeiro líder a reconhecer a oposicionista Roza Otunbayeva como líder do Quirguistão, e telefonou para ela assim que ela divulgou que estava no comando do país.
Otunbayeva, ex-ministra de Relações Exteriores, disse que o governo interino controla o país inteiro, exceto as regiões do sul de Osh e Jalalabad, que apoiam Bakiyev, e que possuía o apoio das Forças Armadas e das guardas da fronteira.
Roza afirmou que a situação da economia no Quirguistão é preocupante e precisaria de ajuda estrangeira. Putin teria perguntado a ela como poderia ajudar, segundo a líder.
Base
Um alto oficial da Rússia afirmou nesta quinta-feira, 8, que o presidente do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev, não cumpriu uma promessa de fechar uma base militar dos Estados Unidos no país e sugeriu que Moscou iria pressionar o novo governo a cumprir o fechamento.
"Deve haver apenas uma base no Quirguistão - russa", disse a autoridade a repórteres em Praga, em condição de anonimato.
"Bakiyev não cumpriu sua promessa sobre a retirada da base americana", disse oficial, horas depois do presidente Dmitri Medvedev e Barack Obama assinarem novo tratado de não-proliferação nuclear.
Segundo um oficial do novo governo formado no Quirguistão, há uma alta probabilidade de que a base aérea americana no país, que serve as tropas dos EUA no Afeganistão, tenha seu prazo de estadia reduzido.
"A Rússia teve seu papel na saída de Bakiyev", disse Omurbek Tekebayev, um ex-líder da oposição que agora tem obrigações constitucionais no novo governo que afirma ter tirado o presidente Kurmanbek Bakiyev do poder.
"Vocês viram o tamanho da alegria russa quando eles viram a derrubada de Bakiyev", afirmou. "Então agora há uma alta probabilidade de que a duração da presença da base americana no Quirguistão seja reduzida".
Os EUA alugaram a base aérea Manas, que provisiona suprimentos para operações militares no próximo Afeganistão, desde que a guerra neste país começou, em 2001.
No ano passado, Bakiyev afirmou que iria evitar os funcionários americanos da base após ter aceitado um pacote de ajuda da Rússia, mas depois mudou de ideia e permitiu a presença dos americanos.
Dúvida
Os Estados Unidos ainda não se decidiu sobre a legitimidade do autoproclamado governo interino no Quirguistão, disse um oficial americano nesta quinta.
"Nós ainda estamos avaliando o que está acontecendo, então é difícil fazer uma decisão agora sobre quem está no poder (do país)", disse a autoridade, que falou em condição de anonimato.
"Reconhecer um governo interino, lidar com esse governo irá depender do curso das ações deles", afirmou. "Nosso interesse é a restauração de um governo democrático e constitucional".
A fonte também declarou que o ministro de Relalções Exteriores quirguiz, Kadyrbek Sarbayev, se encontrou com um diplomata nos Estados Unidos.
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