
27 de setembro de 2010 | 13h30
CARACAS - Os dirigentes da Mesa da Unidade Democrática (MUD), o bloco opositor da Venezuela, comemoraram a grande representatividade conseguida no Parlamento após as eleições deste domingo, 26, e se disseram a "maioria", mesmo não tenho conseguido a maior parte dos assentos na Assembleia Nacional.
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"Somos maioria, temos 52% dos votos", anunciou o secretário da Mesa, Ramón Guillermo Aveledo, na sede do comando de campanha da MUD. Segundo ele, o Conselho Nacional Eleitoral "evitou divulgar um dado que é crucial no voto popular para o Parlamento", que a aliança opositora ganhou em votos, embora não em deputados.
A maioria não se traduziu em uma maioria parlamentar devido à distribuição das cadeiras por circunscrições. O Partido Socialista Unidade da Venezuela (PSUV) conquistou a maioria com 95 representantes. Aristóbulo Istúriz, chefe de campanha do partido reconheceu que o PSUV não atingiu a meta dos 110 deputados, que garante a maioria qualificada, mas ressaltou que, no entanto, o governo obteve uma "vitória contundente" na jornada eleitoral de domingo.
"Este resultado nos reafirma como primeira força política do país", destacou o dirigente do PSUV, quem pediu às forças "revolucionárias" que se unam "mais que nunca, porque esta é uma luta longa, de todos os dias, uma batalha que não termina".
A MUD conquistou 61 assentos, número suficiente para impedir que o chavismo aprove leis sem precisar negociar. As eleições legislativas permitiram à oposição retornar ao Parlamento unicameral após cinco anos de ausência. Isso porque, em 2005, a oposição decidiu de última hora promover um boicote ao pleito e se retiraram do processo.
Em janeiro, o Conselho Nacional Eleitoral aprovou uma redistribuição de distritos eleitorais que pode favorecer o PSUV, fundado pelo presidente. Para manter sua base de apoio, o chavismo manipulou o desenho dos distritos de modo que lhe favorecesse. Ainda que tenha recebido um número menor de votos, o partido manteve-se como a maior força política na Assembleia Nacional.
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Circunscrições onde a oposição tinha pequena vantagem foram unificadas com regiões vizinhas chavistas. E distritos com maioria de votos opositores foram realinhados para reduzir o número de eleitos - numa região que elegeria dois opositores, apenas um vencerá. A justificativa para as mudanças é aproximar o eleitor de seu domicílio eleitoral.
Com informações da Agência Efe
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