Oposição síria participa pela 1ª vez de cúpula árabe

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Representantes da oposição síria ocuparam uma cadeira do país pela primeira vez em uma cúpula da Liga Árabe, que começou no Qatar na terça-feira, em um impulso diplomático significante para as forças que combatem o regime do presidente Bashar Assad.Em uma cerimônia de entrada, acompanhada por aplausos, uma delegação liderada por Mouaz al-Khatib, o ex-presidente de uma importante aliança opositora - a Coaliação Nacional Síria -, apoiada pelo Ocidente, sentou nos lugares atribuídos para a Síria a convite do emir do Catar, o xeque Hamad bin Khalifa Al Thani.Al-Khatib usou o fórum para pedir por um papel maior dos EUA na ajuda aos rebeldes. Ele disse que pediu ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, para considerar o uso do sistema de mísseis Patriot da Otan na Turquia para ajudar a defender o norte da Síria contra ataques das forças de Assad.A decisão para que a oposição ocupasse a cadeira da Síria na cúpula foi tomada devido a uma recomendação feita pelos ministros das Relações Exteriores árabes no começo da semana em Doha, capital do Qatar. A Liga Árabe suspendeu em 2011 a adesão do governo sírio na organização como punição pela repressão do regime contra seus oponentes.O governo do Qatar, que preside a cúpula, afirmou que a oposição síria merece "essa representação devido a legitimidade popular que conquistou em casa, o amplo apoio obtido no exterior e o papel histórico que assumiu na liderança da revolução e preparação para a construção de uma nova Síria".O triunfo diplomático e o louvor do Qatar não conseguiram, no entanto, esconder a desordem dentro dos altos escalões da oposição síria. Além de Al-Khatib, a delegação síria incluiu Ghassan Hitto, eleito recentemente primeiro-ministro de um governo interino para administrar planejadas áreas controladas pelos rebeldes na Síria, e duas figuras proeminentes da oposição, George Sabra e Suheir Atassi.A caminho do encontro, Al-Khatib agradeceu à Liga Árabe pela concessão do assento para a oposição. "É parte da restauração de legitimidade que foi roubada do povo da Síria." Al-Khatib lamentou a falta de ação de vários governos estrangeiros, que ele não nomeou, em relação à crise síria e falou emocionalmente do sofrimento dos civis em seu país.Ele também defendeu a presença na Síria de jihadistas estrangeiros, dizendo que os militantes estavam lá para ajudar a defender um povo sob ataque.A imprensa estatal da Síria disse nesta terça-feira que ataques a duas áreas de Damasco deixaram uma menina morta e feriram várias pessoas, enquanto forças que lutam contra o regime afirmaram que tropas do governo tomaram o controle de um bairro da cidade central de Homs, que é considerado um símbolo de oposição ao regime do presidente Bashar Assad. As informações são da Associated Press.

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