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Oposição suspende greve após protestos pararem o Líbano

Manifestação, que deixou três mortos e 133 feridos, pede a renúncia de Siniora

Por Agencia Estado
Atualização:

A oposição libanesa decidiu no início da noite desta terça-feira pôr fim a greve geral, que teve como objetivo destituir o primeiro-ministro Fuad Siniora. Conforme informações da TV libanesa New TV, o protesto, liderado pelo Hezbollah, foi suspenso após manifestações paralisarem o Líbano, deixando pelo menos três mortos e 133 feridos. Segundo a emissora de TV, o grupo decidiu acabar com a onda de manifestações, mas não descartou novas ações no futuro. Pelo menos 35 pessoas foram presas em todo o país em confrontos com tropas do governo. A maioria dos detidos é de manifestantes e partidários da maioria parlamentar anti-Síria. A oposição informou que os protestos, entre eles a queima de carros e pneus - servem de advertência ao governo, alertando que novas ações deste tipo podem se intensificar nas próximas semanas. Duas das três mortes nos protestos ocorreram em um bairro da cidade de Trípoli, no norte libanês, durante um enfrentamento entre partidários da Corrente Futuro, encabeçada pelo deputado Saad Hariri, e manifestantes da oposição, liderados pelo grupo xiita libanês Hezbollah. A outra morte foi registra em Asimismo, uma região de Batrín, também ao norte do país. Com a greve geral, a oposição libanesa buscava forçar a renúncia do governo de Siniora e convocar eleições antecipadas. Os protestos começaram com o fechamento de estradas interurbanas, entre elas a que liga a capital Beirute ao aeroporto. Foram fechadas também avenidas de grandes cidades e povoados, buscando interromper o cotidiano em todo o país. Novos protestos Nesta noite, fontes da oposição, que não se identificaram, confirmaram que o grupo está decidido a prosseguir os protestos, iniciados em 1 de dezembro com uma megamanifestação no centro de Beirute. Os protestantes advertiram que manterão as manifestações até que suas reivindicações sejam atendidas, e exigem a formação de um governo de unidade nacional, além da convocação de eleições parlamentares antecipadas. A greve geral ocorre dias antes da 3ª Conferência de Paris, prevista para quinta-feira, e que tem como objetivo ajudar o Líbano a se recuperar após a guerra com Israel, ocorrida entre agosto e setembro de 2006. Entretanto, a oposição libanesa acredita que este órgão internacional não está destinado a ajudar o governo do País, mas sim, salvar o governo de Siniora.

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