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Oposição tailandesa elege premiê sob protestos

Economista de 44 anos é o quinto chefe de governo em dois anos; derrotados acusam militares de ''golpe silencioso''

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Por Redação
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Em meio a uma nova onda de protestos, o Parlamento tailandês elegeu ontem o economista Abhisit Vejjajiva, do Partido Democrata, para o cargo de primeiro-ministro - o quinto a ocupar a vaga em pouco mais de dois anos. Vejjajiva recebeu 235 votos e seu concorrente, Pracha Promnok, do partido Puea Pandin, 198. Com o resultado, a oposição assumiu o controle do governo e tornou-se o novo alvo dos protestos que há dois anos tumultuam a Tailândia. Após a divulgação dos resultados, pelo menos 200 simpatizantes do antigo governo cercaram o prédio do Parlamento e atacaram vários veículos com paus e pedras, acusando o novo primeiro-ministro de governar sob a proteção e a influência dos militares. A nova onda de protestos ameaça trazer de volta ao país os violentos distúrbios que levaram à queda, no dia 2, do primeiro-ministro Somchai Wongsawat. Na ocasião, o aeroporto da capital, Bangcoc, foi ocupado por milhares de manifestantes, obrigando o cancelamento de todos os vôos. ELITISTA Vejjajiva, de 44 anos, é um dos rostos mais conhecidos entre os opositores à coalização que governou o país por sete anos, o que o converteu imediatamente em alvo dos ex-governistas. Ele nasceu em Newcastle, na Grã-Bretanha. Seu pai e sua mãe eram professores de Medicina. Ele estudou em Eton e Oxford, onde se graduou em economia, política e filosofia; além de ter sido professor acadêmico na Tailândia. Vejjajiva entrou para o Partido Democrata em 1992 e, com 27 anos, converteu-se em um dos membros mais jovens do Parlamento tailandês. Com tantos títulos e distinções, seus opositores dizem que ele terá de conseguir um visto no passaporte para visitar as áreas rurais do país. O sucesso da aliança política que permitiu sua vitória contra o ex-chefe da polícia tailandesa, Promnok, dependerá do apoio de alguns dos partidos que antes eram seus maiores opositores. Segundo simpatizantes do antigo governo, a coligação que levou Vejjajiva ao poder só foi possível graças a um "golpe silencioso" das Forças Armadas. Eles acusam os militares de ter pressionado os partidos menores a fazer parte de uma nova coalizão que permitisse uma mudança sem violência. "Se ele conseguir ficar mais de três meses no poder, eu o saúdo", disse Pavin Chachavalpongpun, do Instituto de Estudos do Sudeste Asiático de Cingapura. "Desculpe por ser tão pessimista." "No médio prazo, nós ainda veremos se essa coalizão é capaz de ser mantida, justamente por causa da dependência que ela terá dos pequenos partidos ", disse Nick Bibby, do banco Barclays Capital.REUTERS E AP

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