Oposição também é culpada por matança em Hula, diz Rússia

Para chanceler russo, há indícios de que forças anti-Assad tiveram parte no massacre de 108 pessoas em Hula

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Por MOSCOU
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou ontem que forças de oposição da Síria são parcialmente culpadas pelo massacre de 108 pessoas em Hula, no sábado. O chanceler pediu que a "responsabilidade (pela tragédia) seja determinada objetivamente" e defendeu que há evidências de que mortes também foram provocadas por forças que se opõem ao ditador Bashar Assad.A Rússia é a principal aliada de Damasco entre as grandes potências globais e, em pelo menos duas ocasiões, o poder de veto do Kremlin impediu que o Conselho de Segurança da ONU adotasse uma posição contra Assad. Os comentários de Lavrov foram feitos ao lado do secretário do Exterior da Grã-Bretanha, William Hague, que visitava a Rússia.O chanceler britânico fez questão de ressaltar suas diferenças com Lavrov. "O governo sírio tem a responsabilidade primeira pela violência que ocorre no país", afirmou Hague.Questionado por jornalistas sobre o apoio russo ao ditador sírio, Lavrov rebateu. "Não apoiamos o governo da Síria. Apoiamos o plano de paz de Kofi Annan (emissário internacional para o país)". O chanceler russo enfatizou que está "profundamente alarmado" com as notícias do massacre de Hula."Estamos lidando com uma situação na qual ambos os lados evidentemente tiveram participação na morte de pessoas inocentes", afirmou Lavrov. "Não há dúvidas de que o governo usou artilharia e tanques, e isso foi relatado pelos observadores da ONU que visitaram o local. Tampouco há dúvidas de que muitos corpos de vítimas têm ferimentos provocados por disparos de curta distância."A China, que também evitou anteriormente condenações à Síria na ONU, criticou os "cruéis assassinatos" em Hula. Pequim, no entanto, evitou apontar culpados. / AFP

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