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Oposição toma mais duas cidades na Costa do Marfim

Por AE
Atualização:

Rebeldes que apoiam Alassane Ouattara, o homem reconhecido internacionalmente como presidente da Costa do Marfim, estenderam seu território ao capturar cruzamentos estratégicos e avançaram na direção da capital do país hoje, após quatro meses de caos político.A recusa de Laurent Gbagbo de deixar o poder está se transformando uma guerra civil na Costa do Marfim, que é o principal produtor mundial de cacau. Mas Gbagbo considera que o avanço pode ser arriscado para Ouattara caso os combatentes cometam abusos em seu nome.A Organização das Nações Unidas (ONU) disse hoje que os rebeldes dispararam contra um helicóptero da organização na tarde de ontem. Os disparos não atingiram a aeronave, mas a ONU denunciou o ataque, afirmando que ele constitui crime de guerra.A ONU também expressou preocupação sobre um ataque, que teria sido realizado por forças de segurança ligadas a Gbagbo, que deixou dez civis mortos em Abdijã, a maior cidade do país. Jovens pró-Gbagbo também foram acusados de assassinar um homem colocando um pneu em seu pescoço e ateando fogo a seu corpo."Com o aumento da violação dos direitos humanos e de práticas bárbaras, podemos especular se o presidente Gbagbo ainda está no comando de suas forças e de seus partidários", disse, em comunicado, a missão da ONU na Costa do Marfim.Mais de 1 milhão de pessoas fugiram dos confrontos e pelo menos 462 morreram desde a eleição presidencial de 28 de novembro. Resultados da eleição certificados pela ONU mostram que Ouattara venceu o pleito, mas ele não consegue assumir porque Gbagbo se recusa a deixar o cargo, após uma década no poder.Cessar-fogoo governo de Gbagbo pediu hoje um imediato cessar-fogo no país e manifestou interesse em conversar com Ouattara. "Pedimos um cessar-fogo imediato e a abertura de conversações sob a mediação do alto representante da União Africana. Se isso falhar, usaremos nosso direito legítimo de defesa", disse o porta-voz de Gbagbo, Ahoua Don Mello."Nós recebemos uma carta da União Africana nos convidando para negociações entre 4 e 6 de abril em Addis Ababa (Etiópia). Ainda não respondemos, mas não há razão para recusar uma ocasião para o diálogo", completou Mello. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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