
04 de setembro de 2013 | 19h23
CARACAS - Depois do blecaute que apagou as luzes de mais de 70% do território da Venezuela na tarde da terça-feira, sete Estados do país e parte da capital, Caracas, amanheceram nesta quarta-feira, 4, com problemas no abastecimento de energia elétrica. Enquanto o presidente Nicolás Maduro apontou como causa da falha uma conspiração da "extrema direita" contra seu governo, o líder opositor Henrique Capriles atribuiu o problema à "terrível incapacidade" do chavismo.
"Os venezuelanos merecem ter um país sem apagões, onde sejam feitos investimentos em manutenção para resolver a crise", afirmou, pelo Twitter, Capriles, que ainda não reconhece a derrota que sofreu nas urnas, em 14 de abril, para Maduro. "Nosso povo sofre as consequências da incapacidade governamental. Os apagões têm, sim, solução."
O jornal venezuelano El Universal informou que, nesta manhã, partes dos Estados de Aragua, Miranda, Táchira, Sucre, Monagas, Portuguesa, Anzoátegui e do Distrito Federal ainda não tinham tido o abastecimento de energia elétrica restabelecido.
A ministra de Comunicação, Delcy Rodríguez, afirmou na TV estatal que o governo trabalhava para restituir "o serviço com a maior celeridade possível", mas "a recuperação plena desse importante serviço ocorrerá de forma progressiva."
De acordo com a ministra, as Forças Armadas, mobilizadas pelo presidente na terça-feira para proteger a população durante o blecaute, ainda patrulhava os Estados afetados "em razão dessa interrupção abrupta, estranha, suspeita e inesperada, enquanto o serviço elétrico vinha sendo prestado sem contrariedade técnica."
Segundo o El Universal, enquanto o ministro de Energia Elétrica, Jesse Chacón, sobrevoava uma das linhas de transmissão afetadas pelo blecaute, moradores de Mérida, Táchira, Anzoátegui, Sucre, Zulia, Carabobo e Portuguesa reclamavam de falhas no abastecimento de eletricidade.
De acordo com especialistas ouvidos pelo diário venezuelano, o blecaute foi causado por uma sobrecarga nas linhas de transmissão. "O sistema passava por um mau momento desde domingo, quando vários Estados relatavam apagões. A situação não melhorou na segunda-feira e se observou que a Estação Centro operava com somente uma unidade, que aportava 210 megawatts", disse o consultor José Aguilar.
POLÍTICA
O chavismo assegurou que conta com uma maioria de pelo menos 99 votos na Assembleia Nacional para aprovar a Lei Habilitante que confere superpoderes ao presidente. Maduro alega que precisa da legislação para conseguir combater a corrupção no país. No entanto, o governo tem apenas 98 assentos no Congresso, um a menos que o necessário para obter os três quintos de deputados para a aprovação da medida. / EFE
Lembre caso de apagões em 2010, que causaram protestos da oposição venezuelana:
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