Oposição venezuelana intensifica campanha por eleições

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A oposição venezuelana intensificou hoje, após a greve nacional de segunda-feira, a coleta de assinaturas para exigir a antecipação das eleições. Carlos Fernández, presidente da cúpula empresarial do país, a Fedecámaras, que se opõe ao governo de Hugo Chávez, reiterou que a oposição reforçará o abaixo-assinado: "Em 4 de novembro, com uma grande marcha, entregaremos ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) estes 2 milhões de assinaturas para que, em 30 dias, se abra espaço para a consulta popular", disse. Por sua vez, o secretário da Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV), Manuel Cova, também disse que sua organização se concentrará na coleta de assinaturas. A oposição venezuelana se utiliza de um artigo da Constituição - promulgada por Chávez e aprovada em referendo em 1999 - que estabelece que os assuntos de grande importância podem ser submetidos à opinião dos eleitores. O propósito é, então, o de submeter a referendo a possibilidade de antecipar as eleições gerais. A Constituição exige que a consulta popular seja aprovada pela maioria do Parlamento (onde Chávez conta com 85% dos 165 deputados) ou seja exigida por 10% do eleitorado, calculado em um total próximo a 12 milhões. A oposição exige "eleições já" e se nega a esperar um referendo que possibilitaria encurtar o mandato de Chávez, previsto, constitucionalmente, para agosto do próximo ano, quando o presidente cumprirá a metade de seu período de governo. A antecipação do referendo exigiria uma emenda na Carta Magna para encurtar o mandato de Chávez, que é de seis anos. O presidente do CNE, Roberto Ruíz, que espera ser afastado do cargo para o qual foi nomeado "provisoriamente", destacou que para renovar a entidade encarregada das eleições seria preciso nomear um "novo" Conselho Eleitoral e gastar cerca de 30 milhões de bolívares (o equivalente a US$ 21 milhões). Governo e oposição concordam com a necessidade de aperfeiçoar o sistema eleitoral e eleger novas autoridades que sejam confiáveis para ambas as partes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.