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Oposição venezuelana retomará mobilização contra Chávez

Protestos contrários à ´concentração de poder´ devem se estender por todo o país

Por Agencia Estado
Atualização:

Líderes da oposição anunciaram que, nesta sexta-feira, terá início uma nova mobilização popular contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Os protestos começarão no estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia, e se estenderão por todo o país, anunciou o candidato derrotado à presidência, Manuel Rosales. "Queremos anunciar uma grande mobilização por toda a Venezuela para conscientizar a população sobre a concentração de poder", disse Rosales em entrevista coletiva. Os líderes da oposição procuram mostrar sua insatisfação com o resultado das eleições de 3 de dezembro, que confirmaram Chávez no poder até 2013. Na quarta-feira, em seu discurso de posse, o presidente venezuelano anunciou que promoverá uma reforma que, entre outras medidas, viabilizará novas reeleições. Dessa forma, ele poderia voltar a disputar o cargo novamente. Além disso, Chávez prometeu em juramento levar adiante seu projeto de implantar o "socialismo na Venezuela". O presidente disse também que pedirá à Assembléia Nacional, dominada por seus aliados, poderes especiais que lhe permitam executar uma série de "leis revolucionárias" por decretos. De acordo com Rosales, trata-se de uma estratégia para "perpetuar-se no poder". "Ele se inspira em figuras tétricas, como Stalin e Franco", acrescentou o oposicionista. O vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, arcebispo Roberto Lückert, também atacou Chávez, acusando-o de promover "um processo autocrático, a exemplo de Fidel Castro". Segundo ele, o presidente venezuelano quer que todos "estejam de joelhos, aplaudindo tudo o que disser". Lückert desejou ainda "longa vida" a Chávez para que ele "veja os erros" que está cometendo. "O que ele está pensando?", indagou o arcebispo. "Isso não é democracia". Para Rosales, os anúncios mais "graves e perigosos" feitos por Chávez foram aqueles referentes aos poderes legislativos especiais. O oposicionista teme que o presidente "se transforme em um tirano, que ordena em público aos outros poderes o que eles têm que fazer". O candidato derrotado à presidência ainda criticou a anunciada reforma da Lei de Educação, que, na sua opinião, servirá para doutrinar as crianças "no ódio, na violência e na guerra". Prova disso, afirmou, é a recente nomeação de Adán Chávez, irmão do presidente venezuelano, ao cargo de ministro da Educação.

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